1267 - RUAS

Apesar de dividida a formação entre as “escolas” do Benfica e da Académica de Coimbra, seria já como parte integrante do plantel sénior da União de Leiria que Celestino Ruas começaria a destacar-se no mundo do futebol.
Mesmo a disputar a 3ª divisão nacional, as exibições do guarda-redes seriam razão suficiente para conseguir convencer o primodivisionário Belenenses a contratá-lo. Agradados com as qualidades do jovem atleta, os responsáveis pelo emblema da “Cruz de Cristo” abrir-lhe-iam as portas do Restelo na temporada de 1970/71. No entanto, a feroz concorrência para o lugar à baliza, mormente do internacional Mourinho Félix, arredá-lo-ia das escolhas para o alinhamento dos “Azuis” e a sua incorporação no colectivo lisboeta, nessa campanha de chegada e nas seguintes, levá-lo-ia a um extensíssimo ocaso.
Só em 1973/74, depois de, na temporada anterior, ter também ajudado ao 2º lugar do Belenenses no Campeonato Nacional, é que Ruas conseguiria distanciar-se do estatuto de suplente. Ao ultrapassar na corrida para a titularidade o já referido Mourinho Félix, as instruções do treinador argentino Alejandro Scopelli entregar-lhe-iam, a partir da 8ª jornada, a guarda da baliza. Porém, numa época em que aos “Azuis” cabia a responsabilidade de uma participação nas provas europeias, a conquista da posição no “onze” a partir da aludida ronda, não chegaria a tempo do confronto agendado frente ao Wolverhampton Wanderers e, por esse motivo, o guardião não entraria em campo na disputa da Taça UEFA.
Curiosamente, a titularidade não resultaria na continuidade de Ruas ao serviço dos “Azuis”. Nesse sentido, no Verão de 1974 dar-se-ia a transferência do atleta para o Estoril Praia. Todavia, iludiram-se aqueles que, com a sua mudança para o emblema sediado na Linha de Cascais, pensaram que a vida do guardião estaria mais facilitada. Ao deparar-se com a presença de nomes como António Ferro, Rui Paulino ou, já mais adiante, de Manuel Abrantes, Ruas nunca conseguiria assumir-se como titular indiscutível.
Ainda assim, a passagem de 7 campanhas pelos “Canarinhos” traria ao seu percurso desportivo alguns motivos de orgulho e outras tantas curiosidades. Nesse trajecto feito na Amoreira, para além de acrescentar ao currículo 6 temporadas no escalão máximo do futebol português, o guardião, a cumprir as 2 épocas finais com o Estoril Praia, conseguiria a experiência que haveria de lançá-lo para o capítulo seguinte na sua relação com o futebol. Primeiro em 1981/82 e, posteriormente, em 1982/83, Celestino Ruas, na sequência dos despedimentos dos técnicos responsáveis pela orientação da equipa, seria convidado a dirigir o grupo de trabalho. Como treinador-jogador, ganharia o traquejo suficiente para, com o término da última das campanhas referidas, dar o salto para os “bancos”. Nessa tarefa passaria por alguns emblemas, casos do Atlético, Sacavenense ou União de Santarém.

Sem comentários: