1334 - SCOPELLI

Alejandro Scopelli integraria a principal equipa do Estudiantes de La Plata no final da década de 1920 para, quase de imediato, passar a destacar-se numa linha ofensiva que, tal a qualidade apresentada em campo, seria baptizada como “Los Profesores”. “El Conejo”, alcunha pela qual ficaria conhecido durante a sua carreira de futebolista, apresentar-se-ia como um interior de elevada capacidade técnica e de uma excepcional leitura de jogo. Esses predicados levá-lo-iam a ser chamado à selecção argentina e a fazer parte do grupo de trabalho que, em 1930 e frente ao Uruguai, perderia a final da edição inaugural do Campeonato do Mundo, mas, por outro lado, venceria a edição de 1937 da Copa América.
O crescimento ostentado durante os primeiros anos da carreira, faria com que do outro lado do Oceano Atlântico começassem a pensar nele como um bom reforço. De Itália surgiria o convite mais apetecível e na temporada de 1933/34, o avançado seria apresentado como reforço da AS Roma. No “Calcio”, Scopelli continuaria a mostrar-se como um intérprete de elevadas performances e, por razão da ascendência italiana, acabaria por ser convocado à equipa nacional transalpina. Sob a orientação de Vittorio Pozzo, o atacante, a 17 de Fevereiro de 1937, seria chamado ao “amigável” frente à França, naquela que acabaria por ser a sua única internacionalização pela “Squadra Azzurra”.
Depois da experiência em Itália, Scopelli ainda regressaria ao país natal, para representar o Racing Club Avellaneda. Porém, os objectivos traçados para a carreira levá-lo-iam a regressar à Europa. Pouco tempo após retornar à Argentina, o avançado daria início a um novo périplo pelo “Velho Continente”. Em França, a partir da campanha de 1937/38, o atleta começaria por envergar as cores do Red Star, para, no ano a seguir ao da sua chegada, passar a vestir a camisola do Racing Paris. Porém, com o rebentar da 2ª Guerra Mundial, a preocupação com o evoluir do conflito empurraria o jogador para um país neutral e ao lado dos conterrâneos Óscar Tarrio e Horácio Tellechea, o atacante, na temporada de 1939/40, passaria a apresentar-se como elemento do Belenenses.
No conjunto das Salésias, de início apenas como atleta e alguns meses após a chegada a Lisboa, a juntar as tarefas de jogador com as de treinador, Scopelli transformar-se-ia num dos nomes históricos dos “Azuis”. Logo nessa primeira época, já a acumular as referidas funções, encaminharia a sua equipa para a final da 2ª edição da Taça de Portugal, perdida para o Benfica. Manter-se-ia nessa mistura de trabalhos durante o ano seguinte e ainda nas passagens pelos argentinos do Unión de Santa Fé pela Universidad de Chile. Exclusivamente a desempenhar o papel de técnico, o antigo avançado ainda voltaria a Portugal por diversas vezes e, para além do Belenenses, para orientar o FC Porto e, com mais uma presença no derradeiro “match” da “Prova Rainha”, à frente do Sporting. Com os “Leões” viveria ainda outro episódio caricato e, ao empatar com o Belenenses na derradeira jornada do Campeonato Nacional de 1954/55, roubaria o título aos “Azuis” e entregaria o troféu ao Benfica.
No resto da longa carreira enquanto treinador, Alejandro Scopelli, conhecido pela sua mestria táctica, teria também a oportunidade de treinar em países como o México ou a Espanha. Com os maiores destaques merecidos às passagens pelo Valência, onde venceria a Taça das Cidades com Feira de 1961/62 e a de 1962/63, o seu palmarés ficaria igualmente preenchido com as vitórias na Liga Chilena pela Universidad de Chile e na Taça do México com as cores do América.
Para terminar, não posso deixar de recordar a história do anel oferecido pelo Belenenses, ainda no seu tempo de jogador. Adorno que dizia nunca tirar e que, pelas suas palavras, representava a ligação à colectividade lisboeta, jurada como a mais apaixonante da sua vida no futebol.

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