1367 - ACÁCIO MESQUITA

Com uma forte ligação ao FC Porto, Acácio Mesquita veria no pai um dirigente dos “Azuis e Brancos”. Já no tio, no irmão Carlos Mesquita e no primo Jerónimo Faria, estes dois últimos com quem chegaria a partilhar o balneário, conheceria outros militantes da modalidade que haveria de pô-lo, como uma das suas maiores figuras, nos anais do desporto português. Curiosamente, não seria apenas no futebol que conseguiria destacar-se. Para além de praticar basquetebol, ténis e natação, também o atletismo entraria na sua vida em contornos de excelência e, bem mais do que um especialista em várias disciplinas, o triplo-salto traria ao seu currículo um recorde nacional.
Regressando ao “jogo da bola”, Acácio Mesquita entraria para as “escolas” do FC Porto ainda em tenra idade. Também bem cedo passaria a representar a 3ª e a 2ª categoria dos “Dragões”, para, na temporada de 1926/27, com 17 anos apenas, fazer a estreia na equipa principal. Com a passagem dos anos, depois dessa primeira época sob a alçada do húngaro Akös Teszler, o avançado começaria a destacar-se como um elemento, contrariamente à possança prevalecente nas características dos outros colegas, como um intérprete de fino recorte técnico e com um entendimento superior das dinâmicas tácticas. Nesse sentido, seria com alguma facilidade que iria impor-se como um dos homens mais importantes no grupo de trabalho e, numa tríade da qual fariam parte Pinga e Valdemar Mota, transformar-se-ia num ícone da colectividade portuense.
Para além das vitórias em 9 “regionais” do Porto, e de ter ajudado às conquistas da edição de 1931/32 do Campeonato de Portugal e do Campeonato da I Liga de 1934/35, outros episódios contribuiriam para o estatuto legendário com que a sua carreira haveria de ser classificada. Um desses momentos, a incluir os dois futebolistas aludidos no parágrafo anterior, passar-se-ia numa partida frente ao First Vienna. Nesse “particular”, os três jogadores haveriam de destacar-se perante aquele que era visto como um dos melhores conjuntos europeus da altura e, com o "placard" final a assinalar 3-0 a favor dos portistas, o tripleto, pelo horário a que a partida havia sido disputada e pelas traquinadas impostas aos adversários, ganhariam o epiteto de “Os três diabos ao meio-dia”.
Como um dos grandes intérpretes da década de 1920 e de 1930, Acácio Mesquita também acabaria a envergar a “camisola das quinas”. Pelo seu país, como o 5º atleta da história do FC Porto a ser chamado às pelejas da selecção nacional, o avançado conseguiria somar 2 internacionalizações. Após já ter sido chamado noutras ocasiões, a sua estreia pelo colectivo luso aconteceria, pela mão de Laurindo Grijó, a 23 de Fevereiro de 1930. No seguimento desse “amigável”, disputado no Campo do Ameal, frente à França, o atleta ainda seria chamado para um encontro referente à Fase de Qualificação para o Mundial organizado em Itália e em Chamartin, a 11 de Março de 1934, numa copiosa derrota com a Espanha, o jogador daria por finalizada a sua caminhada com as cores de Portugal.
Cumpridas 11 campanhas, 101 jogos oficiais e 111 golos concretizados pelo plantel principal do FC Porto, Acácio Mesquita, com o fim da temporada de 1936/37, daria por terminada a carreira de futebolista. Com o elo à colectividade nortenha fortificada pelo longo percurso enquanto atleta, o antigo avançado manteria a ligação aos “Azuis e Brancos” e, mais tarde, viria também a desempenhar as funções de dirigente.

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