1366 - RAUL

Já com o título de juniores no currículo, a época seguinte seria, para Raul, a da promoção a sénior. Mantendo-se no FC Porto, o defesa começaria a trabalhar sob a alçada de Fernando Riera. No entanto, a preferência do treinador chileno recairia sobre Guedes e a temporada de 1973/73, no que ao desempenho pessoal do lateral-esquerdo diz respeito, resumir-se-ia a 2 partidas efectuadas no âmbito do Campeonato Nacional. Seguir-se-iam a curta passagem de uma época pelo União de Coimbra e o regresso às Antas. Porém, tal como da experiência anterior, o jogador não conseguiria conquistar grande espaço entre o plantel dos “Dragões”.
A época de 1975/76 serviria para Raul encetar a ligação que viria a mudar a sua vida no futebol. A caminhada como atleta do Sporting de Espinho, começaria com o clube na 2ª divisão. Ainda assim, com os “Tigres da Costa Verde” na disputa dos lugares cimeiros, esse cenário competitivo depressa mudaria e a campanha de 1977/78 marcaria o regresso da colectividade, e do atleta, ao convívio com os “grandes”. Curiosamente, essa temporada haveria de marcar o seu futuro na modalidade e ao ter como colega de balneário Manuel José, a amizade aí nascida, resultaria, alguns anos depois, numa grande parceria.
Aferido como um jogador com algumas pechas ofensivas, os seus grandes predicados, ou seja, o sentido posicional e a postura aguerrida, mantê-lo-iam como um dos elementos mais utilizados dentro do plantel. Nesse contexto, Raul tornar-se-ia num dos grandes esteios do emblema espinhense, naquele que viria a materializar-se como o período áureo do futebol do Sporting de Espinho. Por entre as 9 temporadas consecutivas em que o defesa envergaria o listado branco e preto, o destaque, naquele que seria o encetar de 5 anos seguidos no degrau maior do futebol luso, chegaria com a época de 1979/80 e a melhor posição de sempre da agremiação no Campeonato Nacional da 1ª divisão, isto é, o 7º lugar na tabela classificativa.
Já depois de ter ao seu cuidado a braçadeira de capitão, Raul decidiria mudar de rumo. Ao trocar o Sporting de Espinho pelo União da Madeira, o defesa daria os primeiros passos de uma caminhada que, na temporada de 1985/86, o levaria até Trás-os-Montes. Integrado no plantel do Desportivo de Chaves, o lateral-esquerdo também contribuiria para um dos melhores momentos da história do emblema flaviense e ajudaria, num grupo de trabalho comandado por Raul Águas, para o 5º lugar no Campeonato Nacional de 1985/86 e, na sequência da aludida classificação, para o correspondente apuramento para as provas sob a alçada da UEFA.
Com o derradeiro capítulo da sua vida enquanto futebolista a levá-lo a vestir a camisola dos Dragões Sandinenses, Raul Sousa, com o final da temporada de 1988/89, decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”. Não muito tempo depois, já no desempenho das funções de treinador, dar-se-ia o reencontro com Manuel José. Primeiro como adjunto no Boavista, para, mais tarde, passar pelo Marítimo, também o Benfica marcaria a sua experiência como técnico. Finalmente, como timoneiro principal, há a destacar a sua passagem pelo União de Lamas.

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