1655 - RODRIGUES DIAS

Não havendo grandes dados sobre o assunto, ainda assim, existem algumas fontes a asseverar um trajecto de José Rodrigues Dias enquanto futebolista. Dizem-nos essas informações ter, o futuro treinador, jogado a guarda-redes e que, num percurso modesto, terá ainda representado colectividades como o União Almadense, o Trafaria e o Sintrense.
O que parece ser verdade é que, concluído o curso em Educação Física, Rodrigues Dias, paralelamente às actividades relacionadas com o ensino escolar, também terá dedicado bastante da sua disponibilidade ao futebol. Ao assumir, em diferentes ocasiões, diversas funções, o seu trajecto como treinador-principal terá começado pelo Torres Novas e, posteriormente, no Ginásio Clube do Sul. Em 1964/65 terá representado, como elemento técnico das camadas jovens, o alcantarense Atlético. Seguir-se-ia, não muito tempo depois, a entrada naquele que viria a tornar-se no emblema mais representativo da sua caminhada na modalidade, o Sporting.
Em Alvalade começaria o seu trabalho, nas camadas jovens, a partir da temporada de 1965/66. Igualmente contribuiria para os sucessos da equipa principal nas funções de adjunto e, como aconteceria em 1967, por ocasião do Torneio Ibérico de Badajoz, assumiria, ainda que de forma interina, o papel de técnico-principal dos “Leões”. No entanto, mesmo com desempenhos louváveis, a primeira grande oportunidade conseguida para o seu trajecto profissional viria do Norte de Portugal. Convidado pelo Varzim, agarraria o momento e ficaria como responsável-mor dos “Lobos-do-mar”. Nessa campanha de 1970/71, a disputar a 1ª divisão, a verdade é que o desempenho colectivo ficaria aquém do esperado. Numa equipa a contar com nomes míticos da colectividade, como Sidónio, Fernando Ferreira, Quim ou Salvador, as pobres exibições do grupo a envergar o listado alvinegro fariam com que Rodrigues Dias, após a 21ª jornada, abandonasse o clube, indo para o seu lugar Noé Castro.
Já aquela que viria a tornar-se na época áurea da sua caminhada pelo futebol desenrolar-se-ia entre a última metade da década de 1970 e o início dos anos de 1980. O encetar desse grande capítulo surgiria em 1975/76, durante o qual, Rodrigues Dias emergiria como o preparador-físico da equipa principal do Sporting. Em idênticas tarefas, num grupo de trabalho liderado por José Maria Pedroto, surgiria o período entre 1976 e 1977, onde trabalharia para a Federação Portuguesa de Futebol. Depois assomar-se-ia novamente a Alvalade. Ao aceitar o desafio do Presidente João Rocha, substituiria o brasileiro Paulo Emílio para, a partir de Janeiro, passar a liderar os “Leões”. No que restaria da temporada de 1977/78, seria na Taça de Portugal que conseguiria tirar, do grupo ao seu cargo, os melhores resultados. Com os “Verdes e Brancos” a alcançarem a derradeira ronda da denominada “Prova Rainha”, a resolução da referida competição, após o empate a 1-1, necessitaria de uma sequela. Na finalíssima, o resultado frente ao FC Porto fixar-se-ia nos 2-1 e o tão almejado troféu ficaria a cargo dos escaparates do emblema lisboeta.
Após, em 1978/79, ter voltado às funções de preparador-físico, o começo da época seguinte surgiria com a aposta do seu nome para regressar ao comando técnico do Sporting. Todavia, a primeira metade da temporada resultaria, depois de algumas polémicas com a direcção, na saída do treinador. Com Fernando Mendes a ocupar o seu lugar, a substituição, muito à custa do trabalho iniciado por Rodrigues Dias, resultaria na conquista da prova de maior calibre no calendário luso e, meritoriamente, o nome do técnico também seria incluído no rol de figuras a contribuir para a vitória no Campeonato Nacional.
Ainda nessa temporada de 1978/79, Rodrigues Dias continuaria o seu périplo por emblemas primodivisionários. Depois de orientar o Beira-Mar, seguir-se-iam, nas épocas vindouras, o par de campanhas ao serviço do Vitória Futebol Clube e a campanha de 1981/82 à frente do Belenenses. Por fim, o treinador ainda registaria passagens pelo Quimigal, Sintrense e Lusitano de Vila Real de Santo António.

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