409 - TAIRA


Depois da passagem por emblemas nos escalões secundários, como o Oeiras ou o Montijo (neste caso, já na 2ª divisão), chega a vez de se estrear no escalão principal do nosso futebol. No Belenenses, que, nessa temporada de 1989/90, tinha conquistado o estatuto de clube europeu, a preponderância de Taira dentro do plantel era pequena. Na verdade o "trinco" apenas viria a assumir um papel de relevância na equipa do Restelo, duas épocas após a sua chegada, aquando da descida do emblema à Divisão de Honra. A partir desse momento o seu modo cerebral e elegante de encarar o jogo, sem, contudo, perder esse toque físico e aguerrido que, igualmente, era a sua marca, fez com que Taira se tornasse numa das peças fundamentais de toda a movimentação, defensiva e atacante, do Belenenses.
Tirando a temporada de interregno, em que, bastante discreto, teve uma passagem pelo Estrela da Amadora, as restantes que passaria com a "Cruz de Cristo" ao peito levá-lo-iam a ser aclamado como um dos melhores na sua posição a actuar em Portugal. Foi então que no intervalo entre a temporada de 1995/96 e a que se seguiria que, com a partida de João Alves para o Salamanca, se dá uma debandada dos jogadores do Belenenses em direcção a esse clube espanhol. Seguindo o treinador, atletas como Ivkovic, Giovanella, Catanha, César Brito, Taira e mais uma mão cheia de outros jogadores provenientes de outros emblemas lusos, decidem aceitar o desafio de jogar na segunda divisão espanhola.
Para Taira, que, imediatamente, faria, com o brasileiro Giovanella, uma das mais recordadas duplas de meio-campo para aquelas bandas, a mudança significaria, sem sombra de dúvidas, e à falta de melhores oportunidades no seu país, a chance de progedir como futebolista. No Salamanca passou 4 temporadas, entre os dois principais patamares do futebol do país vizinho, que lhe dariam, entre outras coisas, a visibilidade suficiente para o levar à estreia na selecção nacional, a qual ocorreu na qualificação para o Mundial de 1998, numa partida frente à Albânia.
Uma das coisas que também conquistou foi a admiração e reconhecimento por parte de outras equipas, como foi o caso do Sevilla. Está bem que a equipa andaluza, por aquela altura, estava numa fase recessiva da sua história; está bem que a aposta no médio veio com a descida de divisão, mas quantos são os que podem dizer que já vestiram uma camisola com o peso dos "Los Rojiblancos"???
Os derradeiros anos da sua carreira viveu-os já de regresso a Portugal, primeiro ao serviço do Farense e, finalmente, com a camisola do Oriental. Após esse "pendurar de chuteiras", Taira, sem se desviar da sua modalidade de eleição, tem tido diferentes papeis dentro da mesma. Se por um lado a sua carreira de treinador tem sido feita em prol da formação, nomeadamente relacionado com as escolas do Sporting, por outro, o antigo internacional não enjeita a oportunidade de fazer a sua "perninha" como comentador, papel no qual, já o conseguimos ver aos microfones, por exemplo, da Bola Tv e da CMTV.

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