434 - MATTHÄUS

Começar a jogar num clube da cidade que alberga a sede da Adidas, pode ser um bom prenúncio. Para Lothar Matthäus, foi.
Ainda bem novo, quando representava o tal Herzogenaurach, foi chamado às selecções jovens da Alemanha. A sua prestação, imediatamente, chamou à atenção de um dos grandes do futebol germânico da altura, o Borussia Mönchengladbach. Logo nesse ano de estreia, o de 1979/80, Matthäus haveria de experimentar o que é jogar na elite do futebol, pois a sua equipa, comandada pelo nosso conhecido Jupp Heynckes, conseguiria alcançar a final da Taça UEFA. Apesar da derrota frente ao Eintracht Frankfurt, a bela campanha que fez, tanto nas competições europeias como no campeonato, fez com o seu nome aparecesse na lista de convocados para o Europeu de 1980. A Alemanha (RFA, à altura) venceria o torneio ao bater a Bélgica, e assim, nesse certame disputado em Itália, bastaram 15 minutos em campo, para que Matthäus pudesse levantar o seu primeiro grande troféu.
Apesar de ser um clube prestigiado, a verdade é que o Borussia Mönchengladbach, estava em decadência. Tal facto, fez com o antigo médio não resistisse a um convite do Bayern Munique, para onde se mudaria em 1984. Por esta altura, já Matthäus era um futebolista consagrado internacionalmente. Tinha participado no Mundial de 1982, onde a sua selecção atingiu a final, e tinha alcançado, no Euro 84, a titularidade na "Mannschaft". Assim, não foi de estranhar que no Bayern tivesse, rapidamente, "pegado de estaca". Os “Bávaros”, proporcionaram-lhe aquilo que qualquer atleta almeja, ou seja, títulos e mais títulos. Foi deste modo que, nesta sua primeira passagem pelo clube, Matthäus conseguiu arrecadar um Tricampeonato, 1 Taça da Alemanha e uma Supertaça. Também não me posso esquecer que foi por esta altura, que participaria na sua primeira final da Taça dos Campeões Europeus (1987)... perdida, lembram-se contra quem???!!!
Sendo ele o comandante em campo, tanto da sua equipa como da selecção, o assédio de outros clubes, e de outros campeonatos, começou a ser normal. Já após a derrota frente à Argentina, na final do México 86, e de mais uma participação brilhante num Europeu, este disputado em 1988 no seu país, surge o interesse do Inter.
É nesse Verão de 1988, juntamente com o seu colega da equipa nacional Andreas Brehme (no ano seguinte, a estes dois, juntar-se-ia Klinsmann), que Matthäus viaja para Itália. Se por esta altura, o "Calcio" era, sem sombra de dúvida, o campeonato mais apetecível, esta mudança de ares traria ao alemão, provavelmente, os melhores anos da sua carreira. Pelos "Nerazzurri" atingiu um patamar que poucos se atrevem a sonhar e que menos, ainda, conseguem alcançar. Começou, logo no ano da sua chegada, numa equipa comandada por Giovanni Trapattoni, por vencer o "Scudetto". Já a temporada seguinte, marcaria a vingança da Alemanha sobre a Argentina de Maradona, com os primeiros a inverterem o que se tinha passado quatro anos antes e, desta feita, a erguerem o troféu de Campeões do Mundo. Esta vitória impulsionaria Matthäus, capitão da "Mannschaft", para o seu primeiro titulo individual, o "Ballon d'Or" da "France Football". No ano que se seguiu, 1991, foi a vez de ganhar a primeira edição do "FIFA World Player of the Year". Claro, não sem antes, erguer a Taça UEFA de 1990/91.
O regresso à Alemanha, mais uma vez para vestir a camisola do Bayern Munique, fez-se após uma grave lesão. A recuperação foi difícil, mas a tenacidade que sempre mostrou dentro dos relvados, foi a mesma com que encarou este revés. Matthäus queria voltar aos títulos e foi isso que aconteceu em 1994, quando se sagrou mais uma vez, campeão na Bundesliga.
Como um azar nunca vem só, 1995 marca uma nova dor de cabeça para o médio. Muitos, por razão da lesão no tendão de Aquiles, vaticinaram-lhe o final da carreira. Matthäus, apesar de já ter passado dos 30, achou que ainda não era o tempo certo para “pendurar as chuteiras”. Ora, por altura da final da Taça UEFA de 1996, já ninguém, nem o próprio atleta, pareciam ter lembrança de tal episódio médico, e a equipa Bavara, ergueria mais um troféu nas provas internacionais.
É certo que Matthäus tem um currículo invejável, mas também não é menos verdade que é capaz de ser um dos futebolistas com mais finais perdidas. A última seria a celebre "Champions" de 1999, cujo derradeiro desafio foi marcado para Barcelona. O encontro frente ao Manchester Utd parecia correr de feição para os alemães. O Bayern dominara toda a partida e, com o fim à vista, o título parecia estar "no papo". É então que chega o período de descontos e o impensável acontece. Sheringham e, de seguida, Solskjaer, com um golo cada, viram o "placard" a favor dos ingleses e o astro alemão vê, tal como em 1987 frente ao FC Porto, uma reviravolta tirar-lhe das mãos a única Taça que nunca conquistou.
O ponto final como jogador, aconteceu já depois de uma curta passagem pelos Estados Unidos. Foi, então, que iniciou uma nova fase da sua vida profissional, abraçando a tarefa de treinador. Como técnico, tem estado, ao contrário daquilo que foi dentro de campo, um pouco afastado dos sucessos. Ainda assim, os seus serviços têm sido, constantemente, requisitados e já conta com passagens pelo comando de selecções como a Hungria ou, mais recentemente, a Bulgária. Aliás seria por razão de estar a residir no estrangeiro que, em Outubro de 2013, as autoridades alemãs o declararam como morto!!! Bem, ao que parece, resultado de um processo judicial interposto por uma sua ex-mulher, e devido ao facto de determinados documentos não conseguirem ir parar às suas mãos, fez com que as entidades germânicas concluíssem que Matthäus teria falecido!!!

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