1666 - JOÃO LUÍS

Filho de Ivo Martins, notável dirigente do Marítimo, e bisneto de Cândido Gouveia, um dos fundadores do emblema insular, João Luís Gouveia Martins só poderia ter nos “Verde-rubros” o seu clube de eleição. Nesse sentido, seria nas “escolas” dos “Leões do Almirante Reis” que o defesa-central cumpriria toda a formação. Também na transição para sénior, o jovem atleta encontraria nos “Barreiros” a sua “casa”. No entanto, com a referida passagem a acontecer ainda na temporada de 1985/86, só a campanha seguinte veria o atleta a estrear-se em campo pela equipa principal e essa última ronda do Campeonato Nacional de 1986/87, depois de lançado por Manuel Oliveira, constituiria o arranque de uma caminhada na quase totalidade dedicada à colectividade do Funchal.
Apesar de ser um jovem talentoso, João Luís ainda demoraria alguns anos até conseguir impor-se como um dos principais elementos do plantel do Marítimo. Tal passo, após 4 campanhas de pouca utilização, dá-lo-ia na época de 1990/91. Orientado, no decorrer dessa temporada, inicialmente por Ferreira da Costa e, com a saída deste, por Paulo Autuori, o defesa-central ganharia a confiança de ambos os técnicos e, por consequência, conquistaria o estatuto de titular. Como um dos esteios do sector mais recuado da agremiação madeirense, o jogador tornar-se-ia um dos pilares do crescimento evidenciado pelo clube. Tal evolução consolidaria os “Insulares” na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e a 1ª divisão de 1992/93 terminaria com o emblema funchalense num brilhante 5º lugar.
A posição referida no final do parágrafo anterior encaminharia o Marítimo para a estreia nas provas de índole continental. No entanto, apesar do louvor merecido ao colectivo, a verdade é que a temporada de 1993/94, em termos do desempenho individual, seria um pouco madrasta para João Luís. Ainda assim, apesar de perder o lugar no “onze”, o defesa-central, escalonado por Edinho para entrar em campo na condição de capitão de equipa, teria o orgulho de participar, frente ao Royal Antwerp, na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA. Daí em diante, ultrapassado por outros colegas nas escolhas dos diferentes treinadores, a sua utilização ficaria bem abaixo daquilo a que tinha habituado os adeptos. Mesmo nas épocas seguintes, o atleta não voltaria, de forma incontestável, a recuperar a titularidade e, nesse sentido, assistiria à final da Taça de Portugal de 1994/95 a partir do banco de suplentes.
A temporada de 1995/96 tornar-se-ia na última de João Luís como atleta do Marítimo. Seguir-se-ia um par de campanhas com as cores do Machico e a decisão de “pendurar as chuteiras”, com o termo das provas agendadas para 1997/98. Alguns anos mais tarde, surgiriam na vida do antigo defesa as tarefas de técnico. Tais funções, encetadas à frente do Cruzado Canicense de 2003/04, levá-lo-iam a regressar aos “Leões do Almirante Reis”, para, durante alguns anos, treinar o conjunto “B”. De seguida, após as passagens por Pontassolense e Machico, surgiriam as oportunidades de trabalhar, como adjunto de Mariano Barreto, no Recreativo do Libolo, no Al-Ahli do Bahrain, nos sauditas do Al-Qadisiyah e no FC Stumbras da Lituânia. Aliás, seria no emblema de Kaunas que voltaria a estar à frente de uma equipa. Andando um pouco mais na sua cronologia profissional, ainda lideraria, sem sair do mencionado país báltico, o FK Zalgiris e o FK Panevezys. Depois retornaria a Portugal onde, novamente ao serviço dos “Verde-rubro” seria, entre 2021 e 2023, Presidente da SAD. Finalmente emergiria, mais uma vez, como treinador-principal, dessa feita ao serviço do plantel de 2024/25 do Camacha.

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