1667 - RODOLFO

Com o percurso formativo cumprido ao serviço do Estrela da Amadora, seria como praticante do emblema sediado na Linha de Sintra que Rodolfo Luís Costa Miguéns Correia acabaria chamado aos trabalhos das jovens selecções portuguesas. Com a primeira aparição a suceder pela mão de Nelo Vingada, essa partida dos sub-15, disputada a 14 de Abril de 1992, no âmbito do Torneio Internacional de Montaigu, serviria de arranque a uma caminhada a levá-lo aos mais diversos escalões e a somar 31 partidas com as cores lusas.
Já no que respeita ao percurso clubístico, haveria de ser também no Estádio José Gomes que o médio-defensivo faria a transição para o patamar sénior. Essa temporada de 1994/95, lançado em campo por Fernando Santos, transformar-se-ia no encetar de uma caminhada de vários anos a participar nas principais pelejas do futebol português. Impondo-se, progressivamente, como um dos elementos basilares dos desenhos tácticos dos “Tricolores”, a sua importância no seio do grupo amadorense, como recordaria o médio Lázaro, começaria a subir – “Era um jogador low profile, não se preocupava em termos individuais, era muito coletivo. Acabou por atingir alguma notoriedade, ao representar o FC Porto, mas sempre foi um jogador de grupo”*.
Com a cotação em alta e com 5 campanhas primodivisionárias a enriquecer-lhe o currículo, o jogador veria colectividades de outra craveira a interessarem-se pelos seus préstimos. Tal como destapado no parágrafo anterior, e como consequência da presença do já mencionado Fernando Santos no comando técnico dos “Dragões”, o “trinco” mudar-se-ia da Reboleira para as Antas. No entanto, a transferência para o FC Porto não correria como esperado e Rodolfo poucas oportunidades conseguiria conquistar na agremiação da “Cidade Invicta”. Ainda assim, o médio-defensivo teria o privilégio de fazer parte, no desenrolar da época de 1999/00, de algumas conquistas e ajudaria às vitórias na Taça de Portugal e na Supertaça.
Sem lugar nos “Azuis e Brancos”, Rodolfo daria início a uma fase da carreira um pouco mais errante. Com os dois primeiros passos a serem dados na sequência de um par de empréstimos, tal périplo levá-lo-ia ao Beira-Mar e ao Varzim. Com ambas as campanhas passadas no contexto competitivo da 1ª divisão, a manutenção dos “Lobos-do-Mar” empurrá-lo-ia para a assinatura, em 2002/03 e em termos definitivos, de um novo contrato com o emblema poveiro. De seguida, sem abandonar os palcos principais do futebol luso, emergiriam as duas temporadas ao serviço da Académica de Coimbra. Após a experiência nos “Estudantes”, onde seria muito afectado pelas lesões num joelho, o médio-defensivo, com o aproximar do termo da carreira, teria ainda tempo para dar um salto até França, onde seria apresentado como reforço do plantel de 2005/06 do Clermont.
No regresso a Portugal, o atleta, por desafio de Raul Oliveira e Vítor Vieira, seus antigos colegas no Estrela da Amadora, ainda viria a treinar-se e a participar em alguns “amigáveis”, pelo Lusitânia dos Açores. Porém, zangado com o futebol e antes do início da temporada oficial, o médio decidiria deixar a modalidade e voltar aos estudos. Já como estudante da Licenciatura de Educação Física e Desporto, surgiriam o Igreja Nova e o Linda-a-Velha, respectivamente no 3º escalão e na disputa dos “distritais” da Associação de Futebol de Lisboa.
Com os estudos terminados e com alguma experiência na orientação de várias equipas de jovens, Rodolfo teria no Panathinaikos, a cumprir o papel de treinador-adjunto, o regresso ao futebol de mais alto nível. Seguir-se-ia o Paraná, onde faria parte da equipa técnica de Milton Mendes. De seguida, após a experiencia no Brasil, já como adjunto de Jorge Paixão, passaria pelos polacos do Zawsza Bydgoszcz e pelo Olhanense. Porém, num trajecto à imagem de um verdadeiro “globetrotter”, o antigo futebolista ainda teria a oportunidade de passar, não só por outros países, como por outro continente. Nesse sentido, excluindo um ou outro capítulo, há ainda a destacar o trabalho efectuado no Tractor Club de Toni, na selecção do Irão a cargo de Carlos Queiroz, nos “olímpicos” do Bahrein, no Sporting de Marcel Kaizer, nos americanos do Harrisburg City Islanders, no Al-Hilal “B”, por conselho de Jorge Jesus, como técnico-principal dos sauditas do Al-Ula FC e, já nesta época de 2025/26, como responsável pelos sub-21 do Neon SC.

*retirado do artigo publicado a 6/11/2018, em https://bancada.pt

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