Revelar-se-ia nas “escolas” do FC Porto, como um dos principais intérpretes das conquistas conseguidas no início da década de 70, pelos escalões de formação. Esse paradigma levá-lo-ia a ser visto como um elemento com capacidade suficiente para integrar a equipa sénior. Ciente do seu valor, e no seguimento de vários treinos realizados com o conjunto principal, Fernando Riera acabaria por integrá-lo no plantel de 1972/73. Sem pôr em causa o seu potencial, a verdade é que nessa temporada de estreia, o treinador chileno poucas oportunidades daria ao jovem jogador. Tapado por atletas mais experientes, Ferreira da Costa poucas vezes seria chamado a jogo e esse facto mudar-lhe-ia o rumo da carreira.
O Sporting de Espinho, e a 2ª divisão, tornar-se-iam no passo seguinte de uma marcha lógica. Naquilo que poderia ter sido visto como um revés na sua evolução, a mudança tornar-se-ia num dos grandes alicerces para o seu crescimento desportivo. Nos “Tigres”, ainda a jogar em posições ofensivas e descaído para as alas, Ferreira da Costa faria parte de um dos mais bonitos episódios do clube. Sendo um dos elementos em maior destaque, o jovem jogador acabaria por inscrever o seu nome no rol de atletas que ajudariam o emblema da Costa Verde a chegar, pela primeira vez, ao escalão máximo do futebol português. Na época seguinte, a de 1974/75, manter-se-ia no plantel e, ainda que o rendimento colectivo ditasse a despromoção, as suas exibições seriam suficientes para mantê-lo no convívio dos “grandes”.
O trabalho realizado no Sporting de Espinho, sob a alçada de Fernando Caiado, haveria de ser essencial no progredir da sua carreira. Bastante agradado com as suas qualidades, o treinador, que para a campanha de 1975/76 acabaria contratado pelo Vitória de Guimarães, decidiria levar consigo Ferreira da Costa. A mudança para a “Cidade Berço”, serviria para que o médio conseguisse sublinhar todos os seus predicados futebolísticos. Mesmo ao não conseguir, na temporada de estreia, afirmar-se como um titular indiscutível, o jogador seria utilizado vezes suficientes para merecer a confiança do técnico, em situações decisivas. Um desses momentos, no cair do pano dessa primeira campanha, surgiria com a chegada à final da Taça de Portugal. Infelizmente para o atleta, nem mesmo a felicidade de ver o seu nome no “onze” inicial, compensaria a tristeza de assistir ao Boavista a levantar o troféu.
As 6 temporadas passadas ao serviço do Vitória de Guimarães serviram também para que o atleta conseguisse cimentar-se como um dos bons jogadores da década de 80. Para tal, muito contribuiriam as suas qualidades técnicas e, acima de tudo, a adaptação posicional que aí seria sujeito. Dono de uma visão de jogo excepcional, de uma capacidade de passe e condução de bola superiores, a mudança para o miolo do jogo elevaria a sua cotação. Já a exibir-se no centro do terreno, Ferreira da Costa tornar-se-ia no pêndulo de todas as manobras colectivas. Paralelamente, passaria a ser visto como um dos grandes modelos do clube minhoto, pela sua modéstia e generosidade exemplares.
Também no Penafiel, Ferreira da Costa deixaria a sua marca. Ao transitar, com o fim da temporada de 1980/81, do emblema vimaranense para o referido conjunto, o médio encetaria uma caminhada que, ao envergar a braçadeira de “capitão”, terminaria com a inscrição do seu nome na memória dos adeptos. Igualmente, a sua ligação ao Desportivo de Chaves acabaria por revelar-se de enorme importância. Depois das 4 campanhas vividas com a camisola da colectividade duriense, a sua passagem por Trás-os-Montes coincidiria com a estreia dos flavienses na 1ª divisão e, já nos últimos passos como futebolista, com o apuramento da equipa para as provas europeias.
A inteligência que havia mostrado dentro de campo e o espírito de liderança empurrá-lo-iam, de uma forma bastante natural, para a carreira de treinador. Nessas funções destacar-se-iam as duas passagens pelo Marítimo. Porém, a sua experiência como técnico seria de pouca duração. Dizem que desagradado pelos “lobbies” nascidos à volta do futebol, Ferreira da Costa acabaria por abandonar a modalidade. Longe dos estádios, o antigo jogador passaria a dedicar-se a outra das suas paixões. Professor de ténis, também no circuito de veteranos acabaria por conseguir assinaláveis vitórias.
1068 - FERREIRA DA COSTA
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