1676 - ADEMAR

Com a formação terminada ao serviço do Sporting, Ademar Moreira Marques, ainda como membro das “escolas” leoninas, seria convocado às jovens selecções de Portugal. Na caminhada internacional, o médio-centro, a 17 de Abril de 1976, acabaria, pela primeira vez, por ser chamado a envergar a “camisola das quinas”. Depois da referida partida frente à Polónia, cumprida no âmbito dos sub-16, o atleta continuaria a envergar as cores nacionais. Ao passar por todos os escalões, incluindo os “esperanças”, o jogador também teria a oportunidade de exibir o seu talento no conjunto “A”. A primeira dessas aparições aconteceria, pela mão de Juca, num particular forasteiro frente à Bulgária. Seguir-se-iam ao desafio agendado a 16 de Dezembro de 1981, as contendas da equipa “B”, dos “olímpicos”, outra presença em campo pelo conjunto principal e uma soma a dar ao centrocampista um total de 23 jogos disputados com as insígnias lusas.
No que concerne ao percurso clubístico, a estreia de Ademar pela equipa principal do Sporting dar-se-ia no decorrer da temporada de 1977/78. Lançado por Rodrigues Dias num jogo, frente ao Benfica, a contar para a Taça de Portugal, seria na “Prova Rainha”, ainda na época de estreia como sénior, que o médio teria o primeiro grande título da carreira. Ao ser chamado pelo referido treinador à final e à finalíssima da competição, o jogador ajudaria o seu lado a derrotar o FC Porto.
Continuando a falar de troféus vencidos pelo “Leões”, então há também que fazer referência às vitórias no Campeonato Nacional de 1979/80 e à “dobradinha” de 1981/82. Ora, tanta preponderância no xadrez táctico leonino, onde, quase sempre, ocuparia uma posição de titular, tornaria ainda mais estranha a sua saída dos “Verde e Brancos” e o final da campanha de 1982/83, com alguma polémica à mistura, marcaria a sua partida de Alvalade – “(…)a opção do presidente João Rocha em 1983, ao dispensar grande parte do plantel, foi descabida. O Oliveira, o Jordão e o Manuel Fernandes eram os craques, mas os que tocavam ferrinho e bombo na parte de trás do palco, como eu, também eram”*.
De seguida, numa altura em que já era internacional “A”, apareceria uma fase da sua carreira caracterizada por uma vincada errância. Durante 4 anos, Ademar envergaria 4 camisolas diferentes. Tais experiências trariam sensações bem diferentes à sua caminhada desportiva. No Marítimo e no Vitória Futebol Clube disputaria o 2º escalão. Já no intervalo desses dois emblemas, o FC Porto de 1984/85, onde pouco jogaria, entregar-lhe-ia ao palmarés outra conquista do Campeonato Nacional. Falta fazer menção ao Belenenses e à temporada de 1985/86, período durante o qual veria o grupo de trabalho onde estava inserido, a chegar a mais uma final da Taça de Portugal.
Sucedendo-se a esse período da carreira que, convenhamos, terá sido menos conseguido, Ademar entraria no emblema que, atrás do Sporting, mais representatividade daria à sua carreira. No Farense a partir da campanha de 1987/88, o médio recuperaria a magia de temporadas pretéritas. No Algarve, com uma única passagem pela 2ª divisão, o atleta permaneceria durante meia dúzia de anos. Quase sempre como figura central das manobras idealizadas pelos diferentes treinadores, o jogador, muito mais do que contribuir para os objectivos do colectivo, tornar-se-ia, progressivamente, numa figura histórica da agremiação sediada no Sotavento. Já o fim do seu trajecto enquanto futebolista também surgira ao serviço dos “Leões” da capital algarvia e consumar-se-ia com o termo das provas disputadas em 1992/93.

*retirado do artigo de Pedro Jorge da Cunha, publicado a 8/7/2020, em https://maisfutebol.iol.pt

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