1696 - LIMA

Ao concluir o percurso formativo com as cores do Operário do Mato Grosso do Sul, Adesvaldo José de Lima, desde muito novo, começaria a destacar-se entre os demais praticantes das camadas jovens do seu clube. Com forte aptidão para o golo, a temporada de 1978, ainda em idade júnior, dar-lhe-ia a oportunidade para fazer a estreia pela equipa principal da agremiação sediada na cidade de Campo Grande. Tamanhas qualidades, logo na época seguinte, fariam do avançado-centro a grande revelação do Estadual, para, em 1980, chegar ao topo da tabela dos Melhores Marcadores do Campeonato sul-mato-grossense.
Após uma curta passagem, por empréstimo, pelo plantel de 1981 do Serrano de Petópolis, Lima regressaria ao Operário para, nas temporadas de 1982 e de 1983, voltar a consagrar-se como o grande goleador do Estadual. Com os números a impulsionarem a sua cotação, outros clubes começariam a ir no seu encalço. Depois de recusadas as propostas do Cruzeiro de Belo Horizonte e do Guarani, chegaria, então, a vez do Corinthians. A mudança para o emblema de São Paulo, já a meio da campanha de 1984, até daria indicações auspiciosas. Porém, tapado por colegas como Casagrande, Lima não asseguraria um lugar como titular indiscutível. À procura de jogar com maior regularidade, a época de 1985 dividi-la-ia entre o Santos (no âmbito do negócio de Serginho Chulapa) e o Náutico, onde viria a sagrar-se campeão de Pernambuco.
Lima ainda retornaria ao “Timão”, mas os números conseguidos na primeira metade de 1986 justificariam nova mudança. Ao deixar a colectividade onde chegaria a ser equacionado para a selecção brasileira, o jogador acabaria apresentado como reforço do Grêmio. Curiosamente, durante o período cumprido em Porto Alegre, no qual partilharia o balneário com Valdo, China, Baidek ou Caio Júnior, o atacante voltaria a ser cogitado para representar a “Canarinha”. Tal nunca viria a acontecer. Ainda assim, os dois anos passados no Rio Grande do Sul, para além de juntar ao palmarés pessoal as vitórias no “Gaúcho” de 1987 e de 1988 (também seria o goleador máximo dessa última edição), serviriam para aumentar, e de que maneira, a sua cotação competitiva. O referido acréscimo de valor, mais uma vez, levá-lo-ia a ser cobiçado por outros clubes e a época de 1988/89, muito mais do que dar à sua carreira outra camisola, encarregar-se-ia de apresentar o atleta a um cenário competitivo bem diferente.
Com a entrada no Benfica, onde voltaria a encontrar-se com Valdo, Lima começaria a ser treinado por Toni. No entanto, contrariamente ao esperado até pelo jogador, a presença de outros avançados, casos de Magnusson e de Vata, remeteria o brasileiro para a condição de suplente. Mesmo sem ter conseguido, de forma incontestada, um lugar no “onze” das “Águias”, o ponta-de-lança daria uma preciosa ajuda para o cumprimento de grandiosos objectivos. Nesse contexto, para além dos triunfos em 2 Campeonatos Nacionais e na Supertaça de 1989/90, onde concretizaria um dos golos frente ao Belenenses, há igualmente a sublinhar a chegada ao derradeiro jogo da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90. Na referida edição da competição organizada pela UEFA, apesar de não ter sido chamado, por Sven-Göran Eriksson, à final frente ao AC Milan, o atleta seria de fulcral importância na conquista por um lugar na partida disputada em Viena. O remate certeiro, conseguido por si, no Vélodrome, frente ao Marseille, permitiria aos “Encarnados”, na 2ª mão das meias-finais, dar a volta à eliminatória e marcar presença no encontro agendado para o Praterstadion.
Após deixar o Benfica, Lima reforçaria o plantel de 1991 do Internacional de Porto Alegre. Logo nessa época de entrada no “Colorado”, o avançado-centro ajudaria a conquistar o Campeonato Gaúcho. Nos anos seguintes, num período que ficaria caracterizado por uma errância bem vincada, o atacante envergaria diversas camisolas. O regresso ao Grêmio, as passagens por América do Rio de Janeiro, Vitória Bahia, pelos paraguaios do Cerro Porteño, Farroupilha, Brasil de Pelotas e, segundo algumas fontes, o Montes Claros completariam a sua carreira. Depois de “pendurar as chuteiras”, paralelamente ao trabalho como agente de novos jogadores, o antigo futebolista dedicar-se-ia também à política e para além de candidato em 2012, pelo PTB, ao cargo de vereador de Campo Grande, foi, em 2017, nomeado pelo Prefeito Delano de Oliveira Huber, filiado no PSDB, para desempenhar as funções de Diretor de Cultura, Esporte e Lazer de Camapuã.

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