425 - ALMEIDA

Variadíssimas vezes internacional pelas camadas jovens da selecção portuguesa, Almeida foi um dos melhores alas-direitos que, durante os anos de 1980, o campeonato português viu jogar. Perguntam, então (e bem!), porque não chegou este craque, nascido em Oliveira do Bairro, à equipa principal das "quinas"? Bem, a resposta não será assim tão fácil de dar e levar-nos-ia a muitas especulações sobre o assunto. Uma coisa é verdade: a concorrência que enfrentou durante toda a sua carreira de profissional foi tremenda. Não nos podemos esquecer que o extremo sofreu, na disputa por um lugar na selecção principal, a concorrência de atletas como Chalana, Diamantino ou Jaime Magalhães. Ainda assim, o argumento de que seria menos bom que outros atletas, não é irrefutável. Com isto concordarão todos aqueles que ainda têm memória de o ver jogar. E por isso mesmo, há quem diga que, tendo em conta as suas boas exibições, este boavisteiro de alma e coração, foi, nesse campo, vítima de uma tremenda injustiça.
Independentemente da questão levantada no parágrafo anterior, uma coisa é certa: Almeida teve uma carreira da qual deve orgulhar-se. O primeiro motivo, por exemplo, posso dá-lo pelo facto de cedo, ainda em idade de júnior, ter sido, isso na temporada de 1977/78, incluído nas contas do plantel principal do Boavista. Mas há mais. Depois de terminada a formação na equipa do Bessa, o atleta faria com o plantel sénior “Axadrezado”, com excepção, já em fim de carreira, às passagens pelo Beira-Mar e Torres Novas, maior parte da sua vida como "jogador da bola". Foram mais de 150 partidas disputadas para o Campeonato Nacional com a camisola das “Panteras” e que fizeram dele um histórico do clube.
No entanto, não é só de números que se faz uma carreira e a de Almeida também teve muitos outros predicados. Bastaria, para provar tal afirmação, falar da maneira como se apresentava em cada disputa. Contudo, o jogador batalhador, com uma técnica muito acima da média, com uma capacidade de passe tremenda e que fazia dos cruzamentos para o centro da área adversária a sua maior arma dentro dos relvados, não se esgotava por aqui. Muito mais do que o futebolista, sempre houve o Homem. E este, segundo quem com ele lidou de perto, sempre foi uma pessoa de carácter modesto, abnegado amigo e muito longe daquilo que foi o querer de algumas estrelas que também brilharam no desporto. Por isso mesmo, Almeida sempre foi um modelo para todos os que com ele trabalharam; por isso mesmo, também, tem sido escolhido para treinador das camadas jovens das "Panteras". Porquê? Esta pergunta, ao contrário daquela com que começamos este "post", é bem fácil de responder! Porque, dentro e fora do campo, Almeida sempre foi, e será, na dedicação, um exemplo a seguir.

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