480 - MÁRIO SILVA


Nascido em Paranhos, freguesia da cidade do Porto historicamente ligada ao Salgueiros, foi nos grandes rivais do Boavista que Mário Silva faria grande parte da sua formação como futebolista. Nessa condição subiria à categoria principal "axadrezada" em 1995/96, acompanhando a equipa em maior parte da caminhada que culminaria com a vitória no Campeonato Nacional. A sua competitividade, bem à imagem das "Panteras", rapidez e capacidade ofensiva faziam dele um dos principais pilares do Boavista. A lateral esquerda, tanto no campo defensivo como ofensivo, eram o seu domínio; os cruzamentos para área contrária, uma das suas armas mais poderosas. Com estes seus predicados ajudaria o Boavista a vencer a Taça de Portugal de 1996/97 e a Supertaça do ano seguinte. No entanto, aquele momento histórico de já aqui fiz referência, a conquista da Liga de 2000/01, vivê-lo-ia bem ao longe, ou não tivesse, no início dessa mesma temporada, assinado contrato pelo Nantes.
Não venceu em Portugal, mas, quase em jeito de compensação, Mário Silva veria o seu novo clube a erguer o troféu de campeão gaulês. Apesar do título e de, nesse trajecto, ter tido, tanto em número como em qualidade, uma participação louvável, Mário Silva, no Verão que se seguiu à sua chegada, abandonaria França. Sem grande razão aparente, no que ao campo desportivo diz respeito, acabariam por ser outras motivações que levariam o antigo defesa a regressar a Portugal - "O meu desejo foi sempre ficar na cidade do Porto e concretizei-o ao assinar pelo FC Porto. Sem a minha família não sou nada e decidi o meu futuro pensando no meu próprio bem, na minha felicidade e na felicidade da minha família".
Pelos "Dragões", imediatamente, assumiria um plantel de destaque no "onze" principal. O seu sucesso individual vê-lo-ia reflectido na chamada à selecção principal, onde, num particular frente à Finlândia, faria a sua estreia. Contudo, nada do que ia alcançando para si era o reflexo daquilo que se passava com o conjunto que representava, com o FC Porto, em 2001/02, a quedar-se pelo 3º posto da classificação.
Ora, os anos seguintes, com a chegada de José Mourinho ao leme dos "Azuis e Brancos", trouxeram, tanto para a equipa como para o atleta, uma mudança radical. O FC Porto venceria 2 Ligas (2002/2003 e 2003/04), 1 Taça de Portugal (2002/03), a Taça UEFA (2002/03) e a Liga dos Campeões (2003/04). Já Mário Silva perderia o protagonismo que tinha alcançado à sua chegada, acabando por ser dispensado no Verão de 2004.
A sua carreira prosseguiria por Espanha, onde vestiria as camisolas do Recreativo de Huelva e do Cadiz. Depois de conseguir algum destaque no primeiro ano, a troca de emblema, apesar da mudança para o primeiro escalão da "La Liga", eclipsaria Mário Silva. Dar-se-ia novo regresso a Portugal e, desta feita, a um Boavista mergulhado numa grave crise financeira.
O seu último passo como jogador dá-lo-ia ao serviço dos cipriotas do Doxa, clube onde acabaria por fazer a transição para a carreira de treinador.

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