499 - HERRERA

Deixámos para último "post" do mês, aquele que foi o mais badalado e, entre os adeptos, o mais popular seleccionador deste último Mundial. Claro que a ligação do treinador do México com a modalidade, não vem apenas do torneio disputado no Brasil. Herrera também foi jogador de futebol.
Dentro de campo, apesar de ter começado como atacante, a posição que o destacaria como profissional haveria de ser a de defesa direito. Tendo começado no Atlante, a carreira do antigo internacional mexicano haveria de ser feita, integralmente, por emblemas do seu país natal. Santos Laguna, Querétaro e Neza FC também compõem o percurso deste antigo futebolísta. Contudo, para ser correcto e ir de encontro àquilo que já aqui disse, há que referir que, na sua vida dentro dos relvados, ainda houve uma quinta camisola. A "verde" do México terá sido, e sem dúvida continua a ser, o seu maior orgulho. Mas como em quase tudo, aquilo que de bom tem uma coisa, também tem, em iguais proporções, algo de negativo. Ora, para si, o que de decepcionante teve a sua selecção prende-se, exactamente, com aquilo que agora o tornou globalmente famoso, isto é, um Mundial de futebol! A história conta-se assim. Em vésperas do certame organizado pelos Estados Unidos (1994), o nome de Herrera era um dos mais certos nas previsões para a convocatória da equipa nacional do México. Tendo sido um dos mais utilizados durante a fase de qualificação, esta sua assiduidade a juntar à velocidade, garra e coragem que mostrava em todos os desafios, faziam dele, à partida, um dos eleitos. O pior é que, uns tempos antes de ser sabida essa chamada, Herrera, no fim de uma partida que opunha o Atlante ao Leon, haveria de, depois de provocado verbalmente, agredir um adepto. Dizem que esse momento seria determinante para a relação entre o lateral e o seleccionador à altura, Miguel Mejía Barón. Se foi esta, ou não, a causa do desentendimento entre os dois, não o sei. O que é certo é que na altura de ser revelar a lista de eleitos para o Mundial, o nome de Herrera não fazia parte.
20 anos depois deu-se a sua estreia, naquele que é o maior certame de futebol do planeta. O México haveria de ter uma passagem positiva, com a qualificação para os oitavos de final e, acima de tudo, com exibições de "encher o olho". O mais giro é que num grupo pontuado com nomes como os de Hernandez, Márquez, Guardado ou Giovani dos Santos, haveria de ser o seleccionador que captaria a maior parte das atenções. A razão? Muito simples e prende-se com a maneira efusiva como Miguel Herrera haveria de viver cada momento do jogo. Gritos, expressões extasiantes, saltos e toda uma panóplia de festejos, foram a sua imagem de marca durante o torneio. Surpresa? Claro que não! Ou melhor, só para quem antes nunca o tinha visto em exibição!!!
Todo este seu estilo colérico de ser, juntamente com a maneira sábia como consegue aproximar-se de público e jogadores, têm sido a chave do seu sucesso. Foi assim à frente do América, clube pelo qual venceu o Campeonato "Clausura 2013", e tem sido assim desde que, interinamente, assumiu funções na selecção. Sim, "interinamente"!!! É que Herrera, aquele que agora é um dos predilectos no planeta do futebol, era para ter comandado o México apenas no "play-off" de acesso ao Mundial!!!

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