Tendo, com distinção, terminado a sua formação nas escolas
do FC Porto, foi com naturalidade que Gabriel seria promovido à equipa
principal "Azul e Branca". E se de início, a disputa pelo lugar de
defesa direito esbarrou tanto na sua inexperiência, quanto na qualidade dos
seus mais directos rivais, já o seu regresso do empréstimo ao Sp. Espinho
mostraria um jovem futebolista a evoluir favoravelmente. Cientes disso mesmo,
os técnicos que, daí em diante, acabariam por tomar as rédeas do FC Porto, não
tiveram qualquer dúvida em pô-lo na linha da frente para o escalonamento da
equipa. Seriam 8 temporadas em que a sua propensão ofensiva, num incansável vai
e vem pela linha lateral, paralelamente a uma segurança defensiva extraordinária,
fariam dele um dos indiscutíveis nos "Dragões".
A estabilidade que dava ao lado direito da equipa,
juntamente com a força dos restantes três do quarteto defensivo, foi, para
muitos, o segredo do sucesso de José Maria Pedroto, enquanto técnico do FC
Porto. Ora, o culminar desse trabalho, seria marcado pelo quebrar de um jejum
que já durava há 19 anos. O bi-Campeonato de 1977-78 / 1978-79, coroando a
vitória na Taça de Portugal da época que precedeu essas duas, seria, sem sombra
de dúvida, o apogeu da carreira de Gabriel.
Momento igualmente importante, tal como para qualquer outro
desportista, seria a sua estreia na Selecção Nacional. O dito momento
aconteceria num particular frente à congénere da Suíça. Jogo que, tendo sido
disputado no Funchal, terminaria com a vitória portuguesa, por 1-0.
Se já referi as 8 primeiras temporadas de Gabriel no FC
Porto, a que se seguiria marcaria uma viragem na sua vida profissional. É deste
modo que 1982 marca uma mudança de pragmatismo defensivo nas Antas. O nome que
a tal está ligado é o do antigo capitão, João Pinto. Com a ascensão deste
último, a perda da titularidade de Gabriel acabaria por se tornar inevitável.
Tal facto levaria com que o internacional, no intuito de conseguir jogar mais,
abandonasse o Estádio das Antas. Essa separação levá-lo-ia a assinar por outro
dos "Grandes" do futebol nacional. Em Alvalade passaria as 4
temporadas seguintes. Jogaria, tal como era o seu objectivo. No entanto, nessa
sua passagem pelo Sporting, faltar-lhe-ia algo que lhe colorisse, um pouco mais,
o currículo. Sem títulos conquistados pelos "Leões" e já numa fase
descendente da sua carreira, Gabriel faria uma derradeira época ao serviço do
Sp. Covilhã.
Depois de "penduradas as chuteiras", e tendo
experimentado, em equipas de escalões secundários, o ofício de treinador,
Gabriel, ao volante de um Táxi, é (será ainda?) um dos mais distintos
"Chauffeur" de Praça da cidade do Porto.
2 comentários:
Foi treinador/jogador no final da sua carreira no C.D. de Torres Novas, com excelentes resultados.
Sabia que tinha treinado o Torres Novas, mas não tinha conhecimento de que também tinha sido jogador. Obrigado pela informação.
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