557 - ADALBERTO

Já com algumas temporadas na equipa principal, Adalberto sagra-se, pelo Paços de Ferreira, Campeão Nacional da Divisão de Honra. O título conseguido, naquela que seria a primeira edição da prova, acabaria por resultar na estreia, tanto do atleta como do clube, no mais alto escalão do futebol nacional.
Na 1ª Divisão, findada a temporada de 1991/92, o emblema pacense terminaria a sua primeira época entre os "grandes", num confortável 12º lugar. A justificar essa posição na tabela classificativa, acabaria por estar uma defesa consistente, onde o nome de Adalberto é um dos mais notados.
Bem à imagem da equipa montada pelo treinador Vítor Oliveira, o central era um portento de trabalho. Contudo, e apesar do seu papel dentro de campo, as suas qualidades não se perdiam em acções defensivas. Durante a sua carreira, sempre dedicada ao Paços Ferreira, acabaria por marcar alguns golos. Não foram muitos, é certo! No entanto, há um, por sinal o único que marcaria na 1ª Divisão (1991/92), que jamais esqueceria - "Ganhei a bola ainda no meio-campo, avancei até à área do Benfica, beneficiando da preocupação dos adversários com a marcação aos meus colegas, que iam abrindo espaços, consegui tirar os dois centrais do caminho e rematei, já dentro de área, para o lado direito do Neno"*.
Com as boas prestações, no final dessa primeira temporada, o nome de Adalberto começa a ser falado, como alvo de cobiça por parte de outros emblemas. Fala-se que Vítor Oliveira o quis levar consigo, para o Gil Vicente; fala-se que o Belenenses teria, por si, apresentado uma proposta. Especulações? Verdade? O certo é que Adalberto se manteria com as cores do Paços de Ferreira.
Essa cor, o amarelo, acabaria por ser o tom da sua camisola, durante mais de década e meia como profissional. Arrependimentos, por tal? Só os monetários, aqueles inerentes a uma carreira vivida num clube de menor monta - "talvez tivesse apostado numa saída do clube, apenas por questões financeiras"**.
Apesar destas declarações, não há adepto algum que não o reconheça como um lutador, como alguém que, dentro das quatro linhas, tudo deu pelo clube. Nesse sentido, Adalberto viveria, como poucos, todos os sucessos e desaires da sua equipa. Celebrou as vitórias, mas, acima de tudo, foi incapaz de abandonar o clube, quando este claudicou nos maus momentos. Por tudo isso, rapidamente o seu nome se tornaria num exemplo a seguir; num exemplo a dar aos mais novos como modelo de entrega. Tal dedicação valer-lhe-ia a, mais que justa, braçadeira de capitão: símbolo que usaria por diversos anos.
O fim da carreira viria em 2004/05. A experiência e o peso que sempre teve (e tem) na história dos "Castores", fez com que os dirigentes o quisessem manter por perto. Ficou pela Mata Real como um dos elementos do gabinete prospecção. Cumpriu essa função durante alguns anos, até que o sonho de ser treinador o  levaria, em 2012/13, até Amarante.


* retirado de "Expresso", a 27 de Setembro de 2012
** retirado da entrevista de Carlos Alexandre Teixeira, em "verdadeiroolhar.pt"

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