595 - EUGÉNIO

Com uma carreira sólida nas camadas jovens do Sporting, onde cresceria ao lado de nomes como o de Paulo Futre, dizia-se da qualidade de Eugénio ser digna de merecer muitas oportunidades. A verdade é que a transição dos Juniores para a equipa principal leonina, apenas daria ao raçudo defesa uma presença na Taça de Honra.
Depois dessa aparição, seguir-se-iam os habituais empréstimos. No entanto, as boas prestações daquele que, por diversas vezes, já havia marcado presença nas selecções portuguesas, pareciam não convencer os responsáveis do Sporting a dar-lhe um lugar no plantel.
O ponto de viragem na sua carreira (se é que assim me posso referir!) aconteceria já depois de Eugénio representar emblemas como os do Olhanense, Recreio de Águeda ou o Estoril-Praia. Esse momento, inquestionavelmente, seria a sua chegada à capital algarvia. Ora, a temporada de 1988/89 marca, desse modo, o início de uma longa relação, que duraria (se contarmos todos os diferentes períodos) mais de uma década.
Pelo Farense, Eugénio faria a sua estreia na 1ª divisão. Seria igualmente com os “Leões de Faro”, que o defesa acabaria por viver os pontos mais altos da sua carreira. Jogaria os derradeiros encontros da Taça de Portugal de 1989/90, perdida na finalíssima para o Estrela da Amadora, e, já depois de uma passagem pelo Sporting de Braga, participaria na estreia do clube nas competições organizadas pela UEFA(1995/96).
Claro que estes marcos seriam mais do que suficientes para pôr Eugénio na história do Farense. Mas todos esses anos, todos esses episódios vividos, são sempre resultado de algo muito mais importante – o trabalho. Nesse aspecto, o lateral era exemplar. Dentro de campo era o primeiro a entrar nas disputas de bola; sabia, como poucos, utilizar os flancos para municiar os companheiros mais adiantados no terreno de jogo; e, acima de tudo, encarava, religiosamente, a máxima de que “um jogo só acaba depois do apito do árbitro”!
Seria já na viragem do milénio que Eugénio viveria os últimos anos como futebolista. Estes derradeiros passos, um pouco à imagem daquilo que acontecera no início da sua carreira, fá-lo-iam cirandar por diversas regiões do país. Olhanense e Atlético Valdevez seriam as camisolas que se seguiriam. O fim, esse, aconteceria no regresso ao Algarve e, na temporada de 2002/03, com as cores do Sambrasense.

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