596 - RUI ÓSCAR

Dono da lateral direita nos vários patamares de formação “Azul e Branca”, o pequeno defesa (só em estatura!) era tido como uma das grandes promessas da “casa”. As consecutivas convocatórias para representar Portugal, eram, por essa altura, a prova cabal de que ali estava um jovem de qualidade inquestionável.
 Mais gritante se tornaria esta realidade quando em 1994, o jogador participa no Europeu de sub-18. Portugal sagra-se campeão e o currículo de Rui Óscar sai reforçado do dito torneio.
É também em 1994 que para o atleta, começa o capítulo dos empréstimos. Tapado pelos veteranos João Pinto e Bandeirinha, o defesa direito segue para o União de Lamas para, na temporada seguinte, ser cedido ao Leça.
É neste último emblema que, já depois do 3º lugar no Mundial sub-20, Rui Óscar faz a sua estreia na 1ª divisão. Rápido a atacar, assertivo na hora de defender, tudo levava a crer que as portas do Estádio das Antas brevemente se abririam para si. A oportunidade que todos esperavam, aconteceria na época seguinte. Num FC Porto comandado por António Oliveira, o Verão de 1996/97 marcava o começo daquela que seria a 3ª etapa do “Penta”. Contudo, aquilo que poderia ser tido como um sonho, acabaria por resultar num pequeno desaire.
Sem conseguir conquistar o seu espaço nos “Dragões”, mas com o título de Campeonato Nacional na bagagem, Rui Óscar segue para a Madeira. A representar o Marítimo, a carreira de Rui Óscar, muito mais do que mudar de paradigma, retoma o caminho merecido. 3 temporadas nos “Verde-Rubro” seriam suficientes para tornar o defesa, num dos mais qualificados a nível nacional.
Essa valorização valer-lhe-ia a transferência para o Boavista. Numa altura que os do Bessa teimavam em afrontar o poderio dos ditos “Grandes”, o regresso à cidade do Porto viria em excelente altura. Ora, logo nessa época de estreia pelos “Axadrezados”, Rui Óscar consegue vencer o seu 2º Campeonato Nacional – “Foi, sem dúvida, uma grande época. Uma época inesquecível, tanto a nível pessoal, como para o Boavista. Tínhamos um excelente plantel de jogadores com elevada qualidade, uma estrutura profissional excelente, tanto a nível técnico como de direcção, que nos deu todas as condições para conseguirmos esse grande feito”*.
Nos anos que se seguiriam, Rui Óscar continuaria a quebrar barreiras na sua carreira. A presença na Liga dos Campeões, a chegada às meias-finais da Taça UEFA de 2002/03 ou, porque não, a chamada à selecção “B”, acabariam por ser alguns dos marcos conquistados, enquanto ao serviço do Boavista.
Já o final da sua carreira acabaria por ser assombrado por um caso controverso. A vestir as cores do Beira-Mar, o atleta vê-se envolvido num caso de “doping”. Com os resultados da análise a apontarem para a utilização de um medicamento que, sem ser proibido, o seu uso deveria ser mencionado, o defesa acaba suspenso – “A substância foi ministrada ao atleta em 4 de Dezembro quando, em Rio Tinto, onde treinava para manter a forma, apresentou uma lesão diagnosticada como uma tendinite. O tratamento levou à aplicação dessa substância que, por razões óbvias, não foi reportada a nenhum organismo de controlo, dado o atleta não estar em competição”**.


* Retirado de http://www.faosegundo.com (04/04/2014), entrevista de Mário Jorge Santos
** Retirado de "O Público"(02/05/2005), segundo o comunicado do SC Beira-Mar

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