598 - LAELSON

Tinha o Campomaiorense regressado à 1ª divisão quando, para a temporada de 1997/98, chegam ao Capitão César Correia, dois novos reforços. Desconhecidos das manchetes dos jornais desportivos, transferidos do igualmente “anónimo “ Porto de Caruaru, são apresentados aos sócios Beke e Laelson.
Se o primeiro tinha como função robustecer o sector defensivo dos “Galgos”, já Laelson vinha classificado como atacante. Baixo e franzino, estes aspectos da sua estatura pouco deixavam adivinhar que o brasileiro haveria de se transformar numa das grandes revelações do Campeonato. A verdade é que escondido num físico pouco impressionante, estava um jogador que tinha na rapidez a sua grande arma. A velocidade, juntamente com uma capacidade estonteante de ultrapassar os adversários, depressa fariam de Laelson uma dor de cabeça para os seus oponentes. Se a tudo isto juntarmos a inteligência que apresentava em campo, então, a sua capacidade de desmarcação, era um verdadeiro pesadelo para os que tentavam impedir o seu avanço.
Estas qualidades, fariam de si um dos habituais no “onze” do Campomaiorense. A ele também se devem as temporadas que o emblema alentejano passou no nosso maior escalão e que fazem parte dos melhores anos da existência do clube. O auge desse período (1997 – 2001) terá sido, provavelmente, a presença na Final da Taça de Portugal de 1999. Nesse derradeiro jogo, disputado no Estádio do Jamor, Laelson apresentar-se-ia no escalonamento inicial, como um dos principais trunfos da sua equipa. No desfecho do encontro, a sorte sorriria ao conjunto do Beira-Mar. Contudo, Laelson, ao lado de atletas como Isaías, Demétrius, entre outros craques, já havia gravado o seu nome na história dos de Campo Maior.
A ligação do jogador ao clube, terminaria aquando da despromoção do Campomaiorense ao segundo escalão nacional. Por esta altura, 2001/02, já Laelson era um futebolista com crédito no futebol português. À custa desse estatuto, não foi difícil para o extremo encontrar nova morada. A mudança para Guimarães apontava para o evoluir normal de uma carreira, à procura de novos sucessos. No entanto, esse prometedor horizonte acabaria por se esfumar rapidamente. Envolvido num caso de “doping”, facto que reportava ainda aos seus tempos no Alentejo, o avançado falha parte da temporada. Nem mesmo depois de declarada a sua absolvição, Laelson haveria de conseguir recuperar.
Toda esta situação acabaria por, compreensivelmente, afectar o atacante. Falhada a sua experiência no Vitória, Laelson haveria de tentar a sua sorte noutros emblemas. Moreirense Varzim, Atlético e Oliveira do Hospital seriam as colectividades que se seguiriam. Em todas elas o mesmo insucesso: a ausência do fulgor que haveria caracterizado o atacante brasileiro.
As últimas etapas da sua vida como futebolista, passá-las-ia já de volta ao seu país natal. No Brasil, Vitória de Pernambuco, Corinthians Alagoano ou Ipanema, muito mais do que os seus momentos finais nos “gramados”, serviriam de derradeira aprendizagem para as funções que agora exerce. Laelson, em emblemas mais modestos, tendo vindo a construir o seu percurso como treinador. A dedicação e o carinho com que tem abraçado estas novas funções, testemunhado que tem sido por muitos, só pode significar uma coisa… sucesso garantido!

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