A carreira de Gouveia, enquanto jogador profissional de futebol,
haveria de desenhar-se com uma característica que aqui já falámos umas quantas
vezes. Ora, 15 clubes como sénior e mais uns quantos nas camadas jovens, fazem
do antigo médio uma espécie de “globetrotter”. Neste seu percurso, haveria de
dar o salto para a categoria principal ao serviço do Varzim. Contudo, nessa
temporada de 1991/92, Gouveia ainda estava a uma grande distância daquilo que
viriam a ser as luzes da ribalta. AD Guarda, Amarante, União da Madeira e Paços
de Ferreira haveriam de ser os capítulos que, entre a 2ª divisão “B” e a 1ª
divisão, se seguiriam.
Foi com a camisola do Farense (1998/99) que o antigo
futebolista chegou ao escalão máximo do nosso futebol. Requintado tecnicamente
e com um bom entendimento das dinâmicas do jogo, Gouveia haveria de, desde
logo, granjear algum destaque. O 11º lugar alcançado pelos algarvios na tabela
classificativa, seria mais do que suficiente para pôr o centrocampista na rota
de outros emblemas. O Belenenses, colectividade que se seguiria, serviria,
então, de curta passagem para a Liga francesa.
Com o Montpellier a ocupar as últimas posições na tabela
classificativa, o contrato assinado por Gouveia, como que a prever aquilo que
acabaria por acontecer, seria apenas para o que restava da época de 1999/00. Findo
esse período e confirmada a despromoção do emblema gaulês, o médio regressa a
Portugal. No entanto, e ao contrário daquilo que tinha alcançado ao serviço dos
clubes até aí representados, Gouveia não conseguiria impor-se como titular.
Apesar deste afastamento do “onze” inicial, o médio acabaria
por sagrar-se campeão nacional (2000/01). Mas, se em termos de títulos tudo
corria bem, a falta de jogos pelos “axadrezados” ditaria, ao fim de ano e meio,
a saída de Gouveia. O regresso a Paços de Ferreira, mas, principalmente, as 3
temporadas ao serviço do Nacional, devolveriam o médio ao estatuto de imprescindível
e classificá-lo-iam como um dos melhores na sua posição.
Já com a barreira dos 30 anos bem ultrapassada, Gouveia faz
no Gil Vicente a sua última aparição na 1ª Liga. Depois de 2006, como que a entrar
numa fase descendente da sua vida desportiva, o atleta começa a vogar pelos
escalões secundários. Vizela, Desportivo das Aves e Vila Meã serviriam, desse
modo, para completar a dezena e meia de clubes na sua carreira.
Como um verdadeiro apaixonado pela modalidade, não estaria
muito tempo retirado do futebol. Logo na temporada seguinte à da sua despedida
dos relvados, o Boavista volta a abrir-lhe as portas. Desta feita, o convite
passaria por orientar as camadas de formação, nomeadamente os S-19. Ora, esta
experiência com as jovens “Panteras” servira para dar início a uma carreira de
treinador. Seria nessa senda que Gouveia, já no decorrer desta época (2015/16),
receberia um convite da Académica. Na “Briosa” ocuparia o lugar deixado vago
pela demissão de José Viterbo. O objectivo de tal união, será o de devolver o
emblema aos bons resultados. Os mesmos que conseguiu em 2011/12, enquanto
adjunto de Pedro Emanuel, e que permitiram aos “Estudantes” alcançarem a
vitória na Taça de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário