612 - ANTÓNIO TEIXEIRA

Natural de Lisboa, é descoberto após representar alguns emblemas da capital portuguesa. Depois dos modestos Águias do Alto Pina ou do Chelas, chega a vez de António Teixeira vestir as cores do Benfica. Entra para as camadas de formação do clube, onde se sagra campeão nacional de juniores, e, pela mão do inglês Ted Smith, acaba por ser promovido à categoria principal.
Avançado, que havia começado a trilhar caminho como extremo esquerdo, é no centro do ataque que começa a ganhar algum destaque. Contudo, a temporada em que sobe aos seniores “Encarnados” (1949/50) é, também, aquela em que o Benfica vence a Taça Latina. Ora, este contexto, o de uma equipa recheada de craques, acaba por não ser muito favorável à conquista de um lugar no seio do plantel. Nomes como os de Rogério de Carvalho, Arsénio, Julinho ou Espírito Santo, acabariam por não dar a António Teixeira muito espaço para progredir.
A falta de oportunidades, faz com que o atacante deixe o clube. Já com um Campeonato Nacional (1949/50) na bagagem, segue, então, para o Norte de Portugal. No Minho, acaba por vestir as cores do Vitória de Guimarães. A mudança, devolve ao atacante uma presença regular dentro de campo. Teixeira regressa aos golos e, no espaço de um ano, volta a ser cobiçado por outros “grandes” do futebol nacional.
É para a época de 1952/53 que António Teixeira ingressa no FC Porto. Afastado dos títulos há mais de uma década, os “Dragões” passariam a contar no sector ofensivo, com um atleta que, muito mais do que ser combativo e de possuir um belo remate, era um ás na finalização. O evoluir desta união acabaria por trazer os seus frutos. Em 1955/56, o FC Porto volta aos troféus, e logo com uma “dobradinha”. Os golos de Teixeira, somando-os aos do brasileiro Jaburú, haveriam de ser os principais impulsionadores deste sucesso.
Daí em diante, tudo mudaria para o avançado. A consolidação das suas exibições, que ajudariam à conquista da Taça de Portugal de 1957/58 e do Campeonato do ano seguinte, levá-lo-iam à elite do futebol nacional. Reflexo disso mesmo, seria a sua chamada à selecção portuguesa. Um golo frente à Itália, numa partida de qualificação para o Mundial de 1958, marca a sua estreia. Com a “camisola das quinas” jogaria mais 6 vezes. Talvez, não com a regularidade que merecia. Ainda assim, Teixeira será recordado como um dos melhores pontas-de-lança do futebol nacional, nos anos 50.
Depois de uma década com as cores do FC Porto, António Teixeira decide afastar-se dos rectângulos de jogo. Após um pequeno interregno, o antigo internacional decide-se pela vida de treinador. Passa pelo Sp. Braga. Orienta Leixões, FC Porto e Boavista, até que chega ao Varzim. Na Póvoa, os resultados do seu trabalho haveriam de o pôr na história do clube. Vence, na época de 1975/76, o Campeonato da 2ª divisão; devolve o clube, na temporada seguinte, aos grandes palcos nacionais; e, em 1978/79, com um 5º lugar na tabela classificativa, consegue levar os “Lobos do Mar” à melhor classificação de sempre na sua história.

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