Depois de, praticamente, percorrer todo o caminho da formação no Vitória de Guimarães, Torres haveria de chegar aos seniores vimaranenses no final dos anos 60. As primeiras temporadas como sénior, muito mais do que jogar na equipa principal, passá-las-ia a representar as “reservas”. No entanto, ao invés de ser um factor de desânimo, esta passagem traria ao defesa o traquejo necessário para o tornar num bom jogador.
Central que de permissivo, como se pede alguém na sua posição, pouco tinha, Torres primava pela inteligência com que encarava o jogo. Estas suas características, aliado a um bom físico, acabariam por conquistar um lugar no seio de um plantel bastante competitivo. Depois de alguns anos como escolha secundária, Torres haveria de conseguir impor-se como um dos principais esteios da equipa. Essa temporada de 1974/75, segundo o próprio refere, haveria de trazer uma mudança de paradigma à equipa, alteração essa que o levaria a disputar a final da Taça de Portugal, logo no ano seguinte – “a experiência de jogadores como Custódio Pinto, Tito e Rui Rodrigues mesclada com a irreverência de nomes como Ernesto, Abreu, Romeu, representavam a grande arma da equipa. [Mário Wilson] encontrou a fórmula ideal para a equipa fazer um campeonato entusiasmante que revolucionou o clube e a cidade, tendo sido foi importante para o futuro do clube"*.
Se os dois primeiros terços da carreira profissional de Torres, haveriam ser passados com as cores do Vitória de Guimarães, a última destas porções seria ao serviço do Varzim. A mudança ocorreria no defeso de 1979, para dar início a uma ligação que duraria 5 temporadas. Durante estas épocas, entre as 4 passadas na 1ª divisão e o deslise de uma descida, Torres acabaria por se tornar num dos nomes importantes na história do emblema poveiro. Também para o atleta, o clube representa um marco relevante na sua ligação com o futebol. Seria pelos “Lobos do Mar” que, sempre ligado à modalidade que o apaixona, faria uma mudança importante na sua vida.
Ora, seria para a temporada de 1984/85 que Torres passaria a assumir as responsabilidades de técnico. Ainda como adjunto, os primeiros passos que daria nestas funções, levá-lo-iam, passados uns campeonatos, ao comando do Vitória de Guimarães. Essa sua estreia como principal timoneiro de uma equipa, não poderia ter corrido melhor, com os minhotos a conseguirem chegar ao Jamor, e à final da Taça de Portugal de 1987/88.
Desde então, o percurso de José Alberto Torres tem passado mais pelas divisões secundárias portuguesas. No entanto, o grande destaque desta sua carreira acabaria, já em pleno século XXI, pela ida para Angola, onde treinaria o Progresso e o Petro do Huambo.
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