Nunca tendo estado presente numa única fase final, e com um grupo de qualificação composto pelas congéneres da Finlândia, Polónia e da poderosa União Soviética, Portugal, aquando do sorteio (lembramos que só passavam os primeiros), era tudo menos favorito à presença no Euro 84.
Os dois primeiros embates, com duas vitórias – 0-2 na Finlândia; 2-1 na recepção à Polónia – acabariam por ser um bom arranque e, acima de tudo, por trazer algum ânimo à nossa selecção. Contudo, para 27 de Abril de 1983 estava marcado o mais difícil de todos os desafios. Em Moscovo, os comandados de Otto Glória, acabariam por ser destroçados por uma União Soviética que, nas suas fileiras, contava com nomes como os de Blokhin, Dasaev, Baltacha ou Bessonov. Ainda assim, e apesar da esperada derrota, os números que preencheriam o “placard” seriam tudo menos normais. Os 5-0, denotando alguma ansiedade e, porque não dizê-lo, uma boa dose de inexperiência, acabariam por ser pesado castigo para Portugal.
Na sequência de tal fracasso, viria a demissão do técnico brasileiro. Sem um nome para substituir Otto Glória, os responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol saem-se com uma solução, no mínimo, curiosa. Aproveitando os adjuntos, Portugal passa a ter, não um, mas quatro treinadores!
Seria essa Comissão Técnica, composta por Fernando Cabrita, José Augusto, António Morais e Toni, que comandaria a “Selecção das Quinas” na metade final do apuramento. Apesar de esta solução, relativamente à sua exequibilidade, ter causado algumas dúvidas, a verdade é que tudo sairia da melhor maneira. Mais uma vez, os dois primeiros jogos dessa segunda volta, trariam duas vitórias a Portugal. Contudo, e depois do sucesso alcançado na deslocação à Polónia, que, caso não se lembrem, tinha conseguido o 3º lugar no Mundial de 1982, faltava defrontar o líder do grupo.
A 13 de Novembro de 1983, estava marcado esse desafio que iria resolver quem, dentro do Grupo 2, iria merecer a viagem até França. Num Estádio da “Luz” esgotado, as probabilidades apontadas à selecção portuguesa, davam como certa a qualificação da URSS. No entanto, Fernando Chalana haveria de provar que esses números, de tão científicos, estavam errados. À beira do intervalo, numa arrancada começada bem longe da baliza adversária, o extremo flete da direita para o centro do terreno. Centímetros antes de entrar na grande-área, é rasteirado. O jogador estatela-se; ouve-se o apito; o árbitro aponta para o local da marcação e… assinala grande penalidade!!!
Para a marcação do castigo máximo apresenta-se Jordão. O avançado pousa a bola e nada, nem a tentativa do capitão soviético, Aleksandr Chivadze, consegue distrair o atleta. Jordão, com um à-vontade desconcertante, avança para a bola; Dasaev lança-se para a esquerda do atacante… e a bola entra no sentido oposto!!!
Portugal estava no Europeu de Selecções!!! Ainda sob o comando do tal “quarteto”, aos “Patrícios”, calha em sorte Alemanha, Espanha e Roménia. Sob a atenção dos jornalistas estrangeiros, perante a invulgar Comissão Técnica, as investidas da imprensa sucedem-se. Quem, por essa altura, também era presença assídua nos jornais, era Anabela. Muito requisitada, a esposa de Chalana, à sua maneira, também conseguiria tornar-se numa “estrela” da selecção!
Curiosidades à parte, e com a bola já a rolar em campo, Portugal consegue empatar os dois primeiros encontros. A Roménia, onde László Bölöni era um dos craques, acabaria por ficar para o fim. O terceiro jogo da fase de grupos, contrariando, mais uma vez, todas as apostas, daria a Portugal a vitória e a passagem às meias-finais. O dito encontro, oferecer-nos-ia a possibilidade de, frente à França, fazer um pouco de história. No entanto, uma equipa onde nomes como Platini, Tigana, Giresse eram só alguns dos melhores futebolistas da altura, a tarefa, nem de longe, parecia fácil. Mas aquilo que poucos sonhariam, esteve prestes a acontecer!
Portugal, sem se importar com os nomes que tinha pela frente, entra no Vélodrome de Marselha de forma destemida. Depois de sofrer um golo aos 24 minutos, não se deixa cair e, praticando um bom futebol, chega ao empate aos 74. O golo de Jordão leva a partida para prolongamento. Logo no início, o avançado luso volta a acertar na baliza de Joël Bats e Portugal toma a dianteira da eliminatória. Aí, começa o contra-ataque gaulês e uma exibição excepcional de um Manuel Bento “feito de borracha”!!! Ainda assim, toda a bravura “lusa” seria insuficiente para parar uma França que contava com o apoio do público. O defesa Domergue, repetindo o golo do tempo regulamentar, e Platini, acabariam por ser os carrascos de um sonho que se desmoronaria aos 119 minutos.
Para trás ficaria um terceiro lugar que nos orgulharia; por essa Europa fora, revelaríamos à modalidade, onde Chalana teria a maior das atenções, nomes de grandes futebolistas; no fim ainda teríamos o consolo de ver João Pinto, como o melhor defesa direito, nomeado para o “onze” ideal do torneio.
Os dois primeiros embates, com duas vitórias – 0-2 na Finlândia; 2-1 na recepção à Polónia – acabariam por ser um bom arranque e, acima de tudo, por trazer algum ânimo à nossa selecção. Contudo, para 27 de Abril de 1983 estava marcado o mais difícil de todos os desafios. Em Moscovo, os comandados de Otto Glória, acabariam por ser destroçados por uma União Soviética que, nas suas fileiras, contava com nomes como os de Blokhin, Dasaev, Baltacha ou Bessonov. Ainda assim, e apesar da esperada derrota, os números que preencheriam o “placard” seriam tudo menos normais. Os 5-0, denotando alguma ansiedade e, porque não dizê-lo, uma boa dose de inexperiência, acabariam por ser pesado castigo para Portugal.
Na sequência de tal fracasso, viria a demissão do técnico brasileiro. Sem um nome para substituir Otto Glória, os responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol saem-se com uma solução, no mínimo, curiosa. Aproveitando os adjuntos, Portugal passa a ter, não um, mas quatro treinadores!
Seria essa Comissão Técnica, composta por Fernando Cabrita, José Augusto, António Morais e Toni, que comandaria a “Selecção das Quinas” na metade final do apuramento. Apesar de esta solução, relativamente à sua exequibilidade, ter causado algumas dúvidas, a verdade é que tudo sairia da melhor maneira. Mais uma vez, os dois primeiros jogos dessa segunda volta, trariam duas vitórias a Portugal. Contudo, e depois do sucesso alcançado na deslocação à Polónia, que, caso não se lembrem, tinha conseguido o 3º lugar no Mundial de 1982, faltava defrontar o líder do grupo.
A 13 de Novembro de 1983, estava marcado esse desafio que iria resolver quem, dentro do Grupo 2, iria merecer a viagem até França. Num Estádio da “Luz” esgotado, as probabilidades apontadas à selecção portuguesa, davam como certa a qualificação da URSS. No entanto, Fernando Chalana haveria de provar que esses números, de tão científicos, estavam errados. À beira do intervalo, numa arrancada começada bem longe da baliza adversária, o extremo flete da direita para o centro do terreno. Centímetros antes de entrar na grande-área, é rasteirado. O jogador estatela-se; ouve-se o apito; o árbitro aponta para o local da marcação e… assinala grande penalidade!!!
Para a marcação do castigo máximo apresenta-se Jordão. O avançado pousa a bola e nada, nem a tentativa do capitão soviético, Aleksandr Chivadze, consegue distrair o atleta. Jordão, com um à-vontade desconcertante, avança para a bola; Dasaev lança-se para a esquerda do atacante… e a bola entra no sentido oposto!!!
Portugal estava no Europeu de Selecções!!! Ainda sob o comando do tal “quarteto”, aos “Patrícios”, calha em sorte Alemanha, Espanha e Roménia. Sob a atenção dos jornalistas estrangeiros, perante a invulgar Comissão Técnica, as investidas da imprensa sucedem-se. Quem, por essa altura, também era presença assídua nos jornais, era Anabela. Muito requisitada, a esposa de Chalana, à sua maneira, também conseguiria tornar-se numa “estrela” da selecção!
Curiosidades à parte, e com a bola já a rolar em campo, Portugal consegue empatar os dois primeiros encontros. A Roménia, onde László Bölöni era um dos craques, acabaria por ficar para o fim. O terceiro jogo da fase de grupos, contrariando, mais uma vez, todas as apostas, daria a Portugal a vitória e a passagem às meias-finais. O dito encontro, oferecer-nos-ia a possibilidade de, frente à França, fazer um pouco de história. No entanto, uma equipa onde nomes como Platini, Tigana, Giresse eram só alguns dos melhores futebolistas da altura, a tarefa, nem de longe, parecia fácil. Mas aquilo que poucos sonhariam, esteve prestes a acontecer!
Portugal, sem se importar com os nomes que tinha pela frente, entra no Vélodrome de Marselha de forma destemida. Depois de sofrer um golo aos 24 minutos, não se deixa cair e, praticando um bom futebol, chega ao empate aos 74. O golo de Jordão leva a partida para prolongamento. Logo no início, o avançado luso volta a acertar na baliza de Joël Bats e Portugal toma a dianteira da eliminatória. Aí, começa o contra-ataque gaulês e uma exibição excepcional de um Manuel Bento “feito de borracha”!!! Ainda assim, toda a bravura “lusa” seria insuficiente para parar uma França que contava com o apoio do público. O defesa Domergue, repetindo o golo do tempo regulamentar, e Platini, acabariam por ser os carrascos de um sonho que se desmoronaria aos 119 minutos.
Para trás ficaria um terceiro lugar que nos orgulharia; por essa Europa fora, revelaríamos à modalidade, onde Chalana teria a maior das atenções, nomes de grandes futebolistas; no fim ainda teríamos o consolo de ver João Pinto, como o melhor defesa direito, nomeado para o “onze” ideal do torneio.
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