657 - ESNAIDER

Era, sem medo de o estar a engrandecer, a grande estrela da Argentina no Mundial S-20 de 1991. Muita dessa sua reputação, resultaria da rápida evolução que vinha apresentando. Ora, feito sénior há bem pouco tempo, o Real Madrid veria nele qualidades suficientes para o contratar. A transferência do Ferro Carril para o clube espanhol, acabaria por ficar acertada uns meses antes do início do referido certame. Esnáider chegaria a Portugal integrado numa comitiva que contava com nomes como os de Pochettino, Pellegrino ou Bassedas… mas o único com o estatuto de “Merengue”.
A Argentina haveria de ter uma passagem paupérrima pelo nosso país. Já o avançado, de regresso à capital espanhola, acabaria por, nos anos vindouros, ver a validade da sua contratação posta em causa. Duas temporadas e meia, dariam apenas para que Esnáider não passasse de um segunda ou terceira escolha. Ainda assim, dos seus tempos no Santiago Barnabéu, o argentino arrecadaria a Copa del Rey de 1992/93.
Transferido para o Zaragoza em 1993/94, a vida do futebolista voltaria a paradigmas antigos. Com a equipa a viver momentos de grande sucesso, Esnáider recuperaria o “status” de atleta de gabarito. Após nova vitória na Copa del Rey (1993/94), o atacante e, logicamente, os da “La Romareda” ganham o direito de, na temporada seguinte, disputar a Taça dos Vencedores das Taças. Com nomes que fariam história no futebol europeu, casos de Gustavo Poyet, Nayim ou Cafú, a equipa chega à final da dita competição da UEFA. No Parc des Princes, o emblema de Aragão haveria de enfrentar um Arsenal que, sem qualquer suspeita, era o favorito à vitória. Todavia, dois golos, um dos quais de Esnáider, seriam suficientes para o clube espanhol conseguir sobrepor-se ao tento conseguido pelos londrinos.
O título europeu dar-lhe-ia a oportunidade de regressar ao Real Madrid. Mas, numa carreira que haveria de ficar marcada por constantes altos e baixos, Esnáider voltaria a claudicar. Um ano passado e a permanência do argentino em Madrid acabaria por ser assegurada, não pelas exibições convincentes, mas pela aposta de Atlético de Madrid na sua contratação. Nos “Colchoneros” faz uma temporada brilhante e só não prolonga o tempo de estadia, pois o seu temperamento inflamável acabaria por intrometer-se!
Num jogo a contar para a Liga dos Campeões, e na disputa por um lugar nas meias-finais, o avançado tem um dia bem negro. Primeiro, falha uma grande penalidade; depois, tem uma entrada mortífera sobre Richard Witschge, que lhe valeria a substituição. Não agradado com a decisão, Esnáider envolve-se numa acesa discussão com o treinador Radomir Antic. Esta altercação valer-lhe-ia um castigo e, consequentemente, o afastamento do grupo de trabalho.
Seria já no Espanyol que Esnáider daria continuidade às boas exibições. Tão positivo haveria de ser o seu trabalho que de Itália, a meio da temporada de 1998/99, surge um convite irrecusável. No entanto, a Juventus acabaria por ser apenas um dos seus momentos negativos.
Depois de pouco ter jogado, dá-se o seu regresso à “La Liga”. De volta ao Zaragoza, Esnáider teria ainda tempo para acrescentar ao seu currículo uma 3ª Copa del Rey. No entanto, seria por esta altura que as lesões começariam a assombrar a carreira do avançado. Daí em diante, as passagens que teria por FC Porto, River Plate, Ajaccio, Real Murcia ou Newell's Old Boys, pouco mais importariam do que para as estatísticas.
Já depois de deixar os relvados e de ter algumas aparições como comentador televisivo, o antigo internacional pela “Equipa das Pampas” haveria de encetar a sua caminhada como treinador. Neste novo papel, tem trilhado caminho, acumulando experiências no Córdoba, Zaragoza “B”, ou ainda, e como adjunto, no Getafe.

Sem comentários: