Depois de ter passado por alguns emblemas durante o período de formação, eis que, com cerca de 15 anos, Acosta entra para o Unión de Santa Fé. É no seu novo clube que termina o percurso como aprendiz e, em 1986, dá os primeiros passos na categoria principal. Com a estreia feita na divisão maior, aliás, patamar onde, tirando uma pequena excepção, sempre jogaria, os golos do atacante começaram logo a merecer destaque.
Sem ser um jogador, um pouco ao invés da imagem que temos do atleta sul-americano, dotado de uma excepcional capacidade técnica, Acosta imponha-se por outro tipo de características. Garra, força física, remate e a maneira como sabia posicionar-se no centro do ataque, faziam dele um verdadeiro “matador”. Seriam essas mesmas habilidades que os responsáveis do San Lorenzo acabariam por ver nele. A transferência concluir-se-ia em 1988 e o atacante começaria aí uma relação que o marcaria para o resto da sua vida – “No San Lorenzo passei quatro em quatro alturas diferentes. Já disse que é o clube que levo no coração, ainda mais porque não era adepto. Mas também digo que foi muito complicada a minha relação com os adeptos (…). Nunca esquecerei quando viemos com a Católica do Chile, a jogar um amigável com o San Lorenzo, que inaugurava um dos cantos [bancada] no Nuevo Gasómetro. Nesse dia, as pessoas insultaram-me durante toda a partida (…). A reacção das pessoas, de certa maneira compreensível, fizeram-me pôr um ponto de interrogação sobre o regresso. Voltei um ano depois, em 98, quando o técnico era o Castelli (…) e Pipo Gorosito, a figura. Aos dois disse que não ia ser fácil esta nova incursão e, ainda por cima, teria que jogar ao lado de Pampa Biaggio, flor de goleador, e as pessoas comparavam-me com ele, para mal (…). A força de fazer golos transformaram os insultos em aplausos e os adeptos começaram a compreender que eu gostava muitíssimo da camisola “azulgrana””*.
Entre as referidas passagens pelo San Lorenzo, Beto Acosta haveria de representar uma série de outros clubes. Primeiro, e ao serviço do Toulouse, uma passagem pela Europa. Em França, o atacante acabaria por não corresponder ao que, até ali, já havia demonstrado. Talvez inadaptado a uma realidade futebolística bem diferente, a verdade é que os golos pouco apareceram. Nisto, dá-se o regresso ao San Lorenzo e, depois, a transferência para o “gigante” Boca Juniors. Nesses anos volta a mostrar os predicados que o tinham posto na “linha da frente” do futebol argentino. As suas prestações, mormente com as cores do emblema do bairro de Almagro, levam-no a fixar-se na “Equipa das Pampas”. Com a Argentina, em 1992, Acosta venceria a Taça das Confederações, para, no ano seguinte, conquistar a Copa América.
O período que passaria no Chile, no qual haveria de intercalar uma passagem pelo Japão (Yokohama Marinos), terá sido, em termos de metas pessoais, um dos mais prolíferos da sua carreira. Aí, consagrar-se-ia como um dos grandes atacantes da América do Sul. Aliás, Acosta haveria de conquistar esse referido título em 1994, quando, com 33 golos, consegue sagrar-se no Melhor Marcador do continente.
É já depois de vários títulos conquistados pela Universidad Católica, e de uma nova passagem pelo San Lorenzo, que Acosta, apontado por Mirko Jozic, chega ao Sporting. Por essa altura, a meio da temporada de 1998/99, já o atleta havia passado a barreira dos 30. Sem grande currículo na Europa e com os 32 anos a pesar na folha de serviço, a desconfiança sobre a sua utilidade instalou-se facilmente. Os críticos de tal contratação haveriam de ver a razão do seu lado, já que o atacante, durante esses primeiros meses, pouco mais haveria de mostrar do que uma grande apatia.
A sua segunda época seria completamente diferente. Ainda que praticamente afastado dos planos de Giuseppe Materazzi, a chegada de Augusto Inácio aos comandos do “Leão”, mudaria todo esse paradigma. A partir dessa altura, o avançado começou, quase em catadupa, a fazer golos. O crescendo de produtividade do jogador era acompanhado pelo maior rendimento de toda a equipa. Nessa época de 1999/00, muito à custa dos tentos conseguidos pelo internacional argentino, o Sporting haveria de pôr cobro a um jejum de 18 anos. O Campeonato conquistado nesse ano, a Supertaça que daí adveio e, porque não dizê-lo, a cotovelada dada a Paulinho Santos na final da Taça de Portugal de 1999/00, haveriam de pôr Beto Acosta na lista de notáveis do emblema “leonino” – “Para os festejos dos 100 anos da instituição, havia uma partida pré-“Champions” e convidaram-me (…). Não sabia do que se tratava, mas eles mantinham a imagem do título que conseguimos 18 anos depois e tinham-me em grande consideração, mas nunca acreditei que fosse tanto. Nessa noite, apagaram as luzes do estádio; focaram-nas em mim; entregaram-me presentes e tive que falar para todos e quase não conseguia articular palavras, pela emoção. Além disso, havia no estádio uma projecção gigante minha; e figuro na galeria dos 50 ídolos máximos do Sporting, lugar que ocupa, com maior privilégio, o “Chirola” Yazalde, que é uma figura inesquecível”*.
Mais uma vez, Acosta regressaria ao San Lorenzo e ainda a tempo de, frente aos brasileiros do Flamengo, vencer a Copa Mercosul (2001). Repetiria o feito internacional, ao conquistar a Copa Sudamericana de 2002. Nisto, o vínculo com o emblema argentino duraria mais uns quantos anos. Poderia ter-se dito que este havia sido o último emblema da carreira de Acosta. Em certa medida, e se considerarmos os anos como profissional, até o podemos afirmar como verdade. No entanto, em 2008, o avançado, desta feita como treinador/jogador, faria uma nova aparição. Com as cores do Atlético Fénix, emblema das divisões inferiores, Acosta daria resposta ao pedido de ajuda de um amigo e dirigente da colectividade, acabando por jogar ao lado do seu filho, Mickael.
Sem ser um jogador, um pouco ao invés da imagem que temos do atleta sul-americano, dotado de uma excepcional capacidade técnica, Acosta imponha-se por outro tipo de características. Garra, força física, remate e a maneira como sabia posicionar-se no centro do ataque, faziam dele um verdadeiro “matador”. Seriam essas mesmas habilidades que os responsáveis do San Lorenzo acabariam por ver nele. A transferência concluir-se-ia em 1988 e o atacante começaria aí uma relação que o marcaria para o resto da sua vida – “No San Lorenzo passei quatro em quatro alturas diferentes. Já disse que é o clube que levo no coração, ainda mais porque não era adepto. Mas também digo que foi muito complicada a minha relação com os adeptos (…). Nunca esquecerei quando viemos com a Católica do Chile, a jogar um amigável com o San Lorenzo, que inaugurava um dos cantos [bancada] no Nuevo Gasómetro. Nesse dia, as pessoas insultaram-me durante toda a partida (…). A reacção das pessoas, de certa maneira compreensível, fizeram-me pôr um ponto de interrogação sobre o regresso. Voltei um ano depois, em 98, quando o técnico era o Castelli (…) e Pipo Gorosito, a figura. Aos dois disse que não ia ser fácil esta nova incursão e, ainda por cima, teria que jogar ao lado de Pampa Biaggio, flor de goleador, e as pessoas comparavam-me com ele, para mal (…). A força de fazer golos transformaram os insultos em aplausos e os adeptos começaram a compreender que eu gostava muitíssimo da camisola “azulgrana””*.
Entre as referidas passagens pelo San Lorenzo, Beto Acosta haveria de representar uma série de outros clubes. Primeiro, e ao serviço do Toulouse, uma passagem pela Europa. Em França, o atacante acabaria por não corresponder ao que, até ali, já havia demonstrado. Talvez inadaptado a uma realidade futebolística bem diferente, a verdade é que os golos pouco apareceram. Nisto, dá-se o regresso ao San Lorenzo e, depois, a transferência para o “gigante” Boca Juniors. Nesses anos volta a mostrar os predicados que o tinham posto na “linha da frente” do futebol argentino. As suas prestações, mormente com as cores do emblema do bairro de Almagro, levam-no a fixar-se na “Equipa das Pampas”. Com a Argentina, em 1992, Acosta venceria a Taça das Confederações, para, no ano seguinte, conquistar a Copa América.
O período que passaria no Chile, no qual haveria de intercalar uma passagem pelo Japão (Yokohama Marinos), terá sido, em termos de metas pessoais, um dos mais prolíferos da sua carreira. Aí, consagrar-se-ia como um dos grandes atacantes da América do Sul. Aliás, Acosta haveria de conquistar esse referido título em 1994, quando, com 33 golos, consegue sagrar-se no Melhor Marcador do continente.
É já depois de vários títulos conquistados pela Universidad Católica, e de uma nova passagem pelo San Lorenzo, que Acosta, apontado por Mirko Jozic, chega ao Sporting. Por essa altura, a meio da temporada de 1998/99, já o atleta havia passado a barreira dos 30. Sem grande currículo na Europa e com os 32 anos a pesar na folha de serviço, a desconfiança sobre a sua utilidade instalou-se facilmente. Os críticos de tal contratação haveriam de ver a razão do seu lado, já que o atacante, durante esses primeiros meses, pouco mais haveria de mostrar do que uma grande apatia.
A sua segunda época seria completamente diferente. Ainda que praticamente afastado dos planos de Giuseppe Materazzi, a chegada de Augusto Inácio aos comandos do “Leão”, mudaria todo esse paradigma. A partir dessa altura, o avançado começou, quase em catadupa, a fazer golos. O crescendo de produtividade do jogador era acompanhado pelo maior rendimento de toda a equipa. Nessa época de 1999/00, muito à custa dos tentos conseguidos pelo internacional argentino, o Sporting haveria de pôr cobro a um jejum de 18 anos. O Campeonato conquistado nesse ano, a Supertaça que daí adveio e, porque não dizê-lo, a cotovelada dada a Paulinho Santos na final da Taça de Portugal de 1999/00, haveriam de pôr Beto Acosta na lista de notáveis do emblema “leonino” – “Para os festejos dos 100 anos da instituição, havia uma partida pré-“Champions” e convidaram-me (…). Não sabia do que se tratava, mas eles mantinham a imagem do título que conseguimos 18 anos depois e tinham-me em grande consideração, mas nunca acreditei que fosse tanto. Nessa noite, apagaram as luzes do estádio; focaram-nas em mim; entregaram-me presentes e tive que falar para todos e quase não conseguia articular palavras, pela emoção. Além disso, havia no estádio uma projecção gigante minha; e figuro na galeria dos 50 ídolos máximos do Sporting, lugar que ocupa, com maior privilégio, o “Chirola” Yazalde, que é uma figura inesquecível”*.
Mais uma vez, Acosta regressaria ao San Lorenzo e ainda a tempo de, frente aos brasileiros do Flamengo, vencer a Copa Mercosul (2001). Repetiria o feito internacional, ao conquistar a Copa Sudamericana de 2002. Nisto, o vínculo com o emblema argentino duraria mais uns quantos anos. Poderia ter-se dito que este havia sido o último emblema da carreira de Acosta. Em certa medida, e se considerarmos os anos como profissional, até o podemos afirmar como verdade. No entanto, em 2008, o avançado, desta feita como treinador/jogador, faria uma nova aparição. Com as cores do Atlético Fénix, emblema das divisões inferiores, Acosta daria resposta ao pedido de ajuda de um amigo e dirigente da colectividade, acabando por jogar ao lado do seu filho, Mickael.
*retirado de artigo em www.elgrafico.com.ar, a 04/10/2010
Sem comentários:
Enviar um comentário