Após ter começado na Sanjoanense, onde, sem sucesso, também tentaria a sua sorte no hóquei em patins, Cândido Costa vê o Benfica interessar-se na sua contratação. Ainda em idade juvenil, e demonstrando verdadeiros predicados, o atleta deixa São João da Madeira para mudar-se para Lisboa. De “Águia” ao peito, o extremo confirmaria todas as qualidades. Começa a ser chamado aos trabalhos das camadas jovens da selecção nacional e, como “capitão” dos s-18 portugueses, lidera os seus companheiros à vitória no Europeu de 1999.
Sendo considerado como uma das grandes promessas das “escolas encarnadas”, foi com grande surpresa que a sua dispensa foi anunciada. O Benfica, sob o “reinado” de João Vale e Azevedo, deixava sair um dos seus melhores jogadores que, logo de seguida, haveria de encontrar nova “casa”. Sob a orientação de Dito, também ele um antigo atleta do emblema da “Luz”, é no Salgueiros que Cândido Costa faz a sua estreia no patamar sénior. Contudo, a sua estadia em Vidal Pinheiro seria curta e, ainda nessa temporada de 1999/00, o avançado mudar-se-ia para o FC Porto.
A sua estadia nas Antas começaria pela equipa “b”. Só no ano seguinte à sua chegada é que Cândido Costa seria chamado ao plantel principal “Azul e Branco”. Já integrado na equipa, os seus primeiros tempos seriam marcados pelas praxes de um dos mais emblemáticos jogadores do clube – “Quando fiz o primeiro estágio pelo FC Porto em França, com 18 anos, calhou-me como colega de quarto o famoso Paulinho Santos (…).Dirigi-me ao Paulinho, receoso, e lá lhe disse «Senhor Paulinho, somos os dois no quarto», ao qual ele respondeu: «a sério? Então leva-me o saco que estou à rasquinha das costas». E eu, claro, lá peguei no saco, fui para o quarto e esperei por ele. Passados uns 15 minutos lá chegou o Paulinho, que me perguntou logo qual era a cama que eu preferia. Eu, humildemente, respondi que ele é que escolhia. Ele insistiu, e eu acabei por dizer que gostava da cama perto da varanda. E ele prontamente disse: «então ficas na outra!» (…). Ainda nesse dia, durante o treino, deu-me uma porrada que me obrigou a sair mais cedo. No quarto, disse-lhe «Paulinho, para protector quase que me partias a perna», ao que ele respondeu «é para cresceres e ganhares nervo. Um dia vais-me agradecer por isto»”*.
Os anos que passaria no FC Porto, acabariam por não ser muito proveitosos em termos pessoais. Sendo quase sempre uma segunda escolha, muito por culpa de jogadores como Nuno Capucho, o atleta acabaria por ser pouco utilizado. Já na questão dos títulos, as contas seriam um puco diferentes. Tendo feito parte da equipa comanda por José Mourinho, Cândido Costa, a juntar à Taça de Portugal conquistada em 2000/01, ajudaria a vencer a “Dobradinha” e a Taça UEFA de 2002/03.
É já depois de no decorrer dessa temporada de 2002/03, ter sido cedido ao Vitória de Setúbal, que um novo empréstimo acontece na sua carreira. Desta feita no estrangeiro, o sucesso que teria no segundo escalão inglês, levaria a que a pensar que a sua carreira estava relançada. Todavia, depois de deixar o Derby County, a sua ida para o Sporting de Braga não correria como o esperado. Tendo feito uma boa primeira época (2004/05), a segunda campanha devolveria o jogador à condição de pouco utilizado. É então que surge o Belenenses. Ainda com a decisão do “Caso Mateus” por resolver, Cândido Costa, sem saber ainda em que divisão iria jogar, decide regressar a Lisboa – “Eu sabia que vir para o Belenenses seria para mim uma prova de fogo. Depois de ter sido uma das maiores promessas do futebol português aos 18, 20 anos, foi-me dada alguma credibilidade. Mantive-a quando fui para Inglaterra, onde joguei sempre e fui uma das figuras da equipa da altura. Braga tirou-me essa credibilidade, essa notoriedade. Então eu sabia que o meu ingresso no Belenenses seria uma prova de fogo: ou seria a eterna promessa e nunca ia de facto ter consistência, ou não”**.
No Restelo faria 4 temporadas. Durante esse período, e numa altura em que começou a ser mais utilizado como lateral-direito, Cândido Costa voltaria a uma constância exibicional muito positiva. Tendo sempre a disputado a divisão maior do futebol português, os créditos que foi amealhando abrir-lhe-iam as portas de outro histórico do futebol europeu. No Rapid de Bucareste, já depois de no Verão de 2010 ter deixado o Belenenses, o atleta iniciaria aquela que poderá ser vista como a derradeira etapa do seu percurso profissional. Após a experiência na Roménia, Arouca, Tondela, São João de Ver e Ovarense acabariam por marcar os derradeiros passos da sua carreira.
Já depois de, em 2015, ter “pendurado as chuteiras”, Cândido Costa escreveria as primeiras páginas como treinador. No futebol feminino da Ovarense e, mais tarde, como adjunto na Sanjoanense, o antigo jogador acabaria por dar os passos iniciais, num caminho que se espera com novas e longas viagens.
*retirado de “www.relato.pt”
**retirado de entrevista dada ao “belematemorrer.blogspot.com”
Sendo considerado como uma das grandes promessas das “escolas encarnadas”, foi com grande surpresa que a sua dispensa foi anunciada. O Benfica, sob o “reinado” de João Vale e Azevedo, deixava sair um dos seus melhores jogadores que, logo de seguida, haveria de encontrar nova “casa”. Sob a orientação de Dito, também ele um antigo atleta do emblema da “Luz”, é no Salgueiros que Cândido Costa faz a sua estreia no patamar sénior. Contudo, a sua estadia em Vidal Pinheiro seria curta e, ainda nessa temporada de 1999/00, o avançado mudar-se-ia para o FC Porto.
A sua estadia nas Antas começaria pela equipa “b”. Só no ano seguinte à sua chegada é que Cândido Costa seria chamado ao plantel principal “Azul e Branco”. Já integrado na equipa, os seus primeiros tempos seriam marcados pelas praxes de um dos mais emblemáticos jogadores do clube – “Quando fiz o primeiro estágio pelo FC Porto em França, com 18 anos, calhou-me como colega de quarto o famoso Paulinho Santos (…).Dirigi-me ao Paulinho, receoso, e lá lhe disse «Senhor Paulinho, somos os dois no quarto», ao qual ele respondeu: «a sério? Então leva-me o saco que estou à rasquinha das costas». E eu, claro, lá peguei no saco, fui para o quarto e esperei por ele. Passados uns 15 minutos lá chegou o Paulinho, que me perguntou logo qual era a cama que eu preferia. Eu, humildemente, respondi que ele é que escolhia. Ele insistiu, e eu acabei por dizer que gostava da cama perto da varanda. E ele prontamente disse: «então ficas na outra!» (…). Ainda nesse dia, durante o treino, deu-me uma porrada que me obrigou a sair mais cedo. No quarto, disse-lhe «Paulinho, para protector quase que me partias a perna», ao que ele respondeu «é para cresceres e ganhares nervo. Um dia vais-me agradecer por isto»”*.
Os anos que passaria no FC Porto, acabariam por não ser muito proveitosos em termos pessoais. Sendo quase sempre uma segunda escolha, muito por culpa de jogadores como Nuno Capucho, o atleta acabaria por ser pouco utilizado. Já na questão dos títulos, as contas seriam um puco diferentes. Tendo feito parte da equipa comanda por José Mourinho, Cândido Costa, a juntar à Taça de Portugal conquistada em 2000/01, ajudaria a vencer a “Dobradinha” e a Taça UEFA de 2002/03.
É já depois de no decorrer dessa temporada de 2002/03, ter sido cedido ao Vitória de Setúbal, que um novo empréstimo acontece na sua carreira. Desta feita no estrangeiro, o sucesso que teria no segundo escalão inglês, levaria a que a pensar que a sua carreira estava relançada. Todavia, depois de deixar o Derby County, a sua ida para o Sporting de Braga não correria como o esperado. Tendo feito uma boa primeira época (2004/05), a segunda campanha devolveria o jogador à condição de pouco utilizado. É então que surge o Belenenses. Ainda com a decisão do “Caso Mateus” por resolver, Cândido Costa, sem saber ainda em que divisão iria jogar, decide regressar a Lisboa – “Eu sabia que vir para o Belenenses seria para mim uma prova de fogo. Depois de ter sido uma das maiores promessas do futebol português aos 18, 20 anos, foi-me dada alguma credibilidade. Mantive-a quando fui para Inglaterra, onde joguei sempre e fui uma das figuras da equipa da altura. Braga tirou-me essa credibilidade, essa notoriedade. Então eu sabia que o meu ingresso no Belenenses seria uma prova de fogo: ou seria a eterna promessa e nunca ia de facto ter consistência, ou não”**.
No Restelo faria 4 temporadas. Durante esse período, e numa altura em que começou a ser mais utilizado como lateral-direito, Cândido Costa voltaria a uma constância exibicional muito positiva. Tendo sempre a disputado a divisão maior do futebol português, os créditos que foi amealhando abrir-lhe-iam as portas de outro histórico do futebol europeu. No Rapid de Bucareste, já depois de no Verão de 2010 ter deixado o Belenenses, o atleta iniciaria aquela que poderá ser vista como a derradeira etapa do seu percurso profissional. Após a experiência na Roménia, Arouca, Tondela, São João de Ver e Ovarense acabariam por marcar os derradeiros passos da sua carreira.
Já depois de, em 2015, ter “pendurado as chuteiras”, Cândido Costa escreveria as primeiras páginas como treinador. No futebol feminino da Ovarense e, mais tarde, como adjunto na Sanjoanense, o antigo jogador acabaria por dar os passos iniciais, num caminho que se espera com novas e longas viagens.
*retirado de “www.relato.pt”
**retirado de entrevista dada ao “belematemorrer.blogspot.com”
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