781 - DIAMANTINO

Apesar de ser um homem da casa e de, nos dias de hoje, ser visto como um dos históricos do emblema transmontano, a afirmação de Diamantino no plantel sénior flaviense não foi um processo tão fácil quanto o podemos imaginar. Já após ter terminado a sua formação, os sucessivos empréstimos afastariam o médio da “casa-mãe”. Durante anos a fio, essa foi a realidade para o jogador e, com a excepção da temporada de 1980/81, a sua presença no grupo principal do Desportivo de Chaves ocorreria apenas na época de 1983/84.
Depois de ter vestido as cores de emblemas mais modestos, como o Ribeirense de Loivos, Vidago, Vilafranquense ou Boticas, Diamantino, finalmente, merece uma oportunidade na “casa” que o tinha formado. A chance, dada pelo antigo internacional “luso” Álvaro Carolino, faria com que o atleta desse o seu contributo para um dos mais importantes episódios da história do clube. Esse memorável virar de página, dar-se-ia dois anos após o seu regresso. Com o Desportivo de Chaves a militar na 2ª divisão, é então que, pela primeira vez na existência da colectividade de Trás-os-Montes, a promoção ao escalão máximo do nosso futebol é conseguida. A subida tornar-se-ia sinónimo de uma nova vida e, tanto para o grupo, como para o centrocampista, esse momento empurrá-los-ia para a estreia na 1ª divisão.
No convívio com os “grandes”, o Desportivo de Chaves não haveria de mostrar qualquer tipo de acanhamento. À boa imagem do espírito da região, todos os intervenientes nessa nova aventura mostrar-se-iam destemidos. O resultado dessa bravura não tardaria muito a trazer os seus resultados. Passados poucos anos após a subida, o emblema que normalmente era visto na luta pela permanência, entra na disputa pelos lugares cimeiros da tabela classificativa. Com o 5º lugar alcançado durante a temporada de 1986/87, o prémio acabaria por ser a qualificação para as provas europeias. Incluídos na Taça UEFA, logo na primeira ronda os flavienses deixariam pelo caminho os romenos da Universitatea Craiova. O pior viria na segunda eliminatória. Tendo calhado em sorte os húngaros do Honvéd, a viagem a Budapeste não só confirmaria a derrota dos portugueses, como, para Diamantino, teria como resultado uma das piores lesões da sua carreira.
Depois de atravessar um longo período de recuperação, face à referida fractura na perna esquerda, o percurso de Diamantino continuaria normalmente. O “Leão da Torre”, alcunha dada pelo carácter mostrado dentro de campo (combinado com o nome da sua freguesia – Torre de Ervededo), acompanharia o trajecto do Desportivo de Chaves pela 1ª divisão. Esses 7 anos, e durante os quais teria a responsabilidade da braçadeira de “capitão”, conheceriam o seu fim já na década de 90. O final da temporada de 1991/92 marcaria essa separação. Tendo entrado já numa fase descendente da carreira, o jogador decide então dar seguimento ao seu percurso profissional, vestindo a camisola de outros clubes. Penafiel e Macedo de Cavaleiros acabariam por ser os seus últimos emblemas.
Apesar de se ter afastado do rectângulo de jogo, a sua ligação à modalidade manter-se-ia. Tendo, logo na época seguinte a “pendurar as chuteiras”, abraçado as tarefas de técnico, Diamantino continuaria ligado ao futebol. Nessas suas novas obrigações, o antigo futebolista conta com passagens por diversos clubes. Destaque para o seu trabalho no Desportivo de Chaves, onde assumiu funções nas “escolas” e como adjunto, ou ainda para a sua passagem pela Federação de São Marino, onde tomou as rédeas dos s-21.

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