Sobrinho de António Sousa, antigo internacional português, e
primo de Ricardo Sousa, José Sousa também encontraria no “jogo da bola” a sua
paixão. Tal como os familiares, seria na Sanjoanense, emblema da sua terra
natal, que o atleta daria os primeiros passos na modalidade. Mostrando-se
bastante assertivo na maneira como abordava os lances, essa característica faria
com que um dos “grandes” começasse a prestar mais atenção ao seu evoluir. É
nesse sentido que, ainda em idade juvenil, o defesa acabaria por mudar-se para
Lisboa, passando a vestir as cores do Benfica.
Relativamente à sua contratação por parte de “Águias”, não
podemos ficar indiferente ao facto de que, por altura da sua chegada à “Luz”, o
jogador já ter conseguido estrear-se com as cores da selecção nacional s-15. Pelo
novo clube, tal como por Portugal, as suas exibições eram suficientes para que
fosse possível aferir as suas boas qualidades. Sem ser um futebolista virtuoso
ou com características físicas excepcionais, era no rigor táctico que Sousa
tinha a sua maior força.
A sua estreia nos seniores do Alverca, à altura “satélite”
do Benfica, viria sublinhar tudo aquilo que aqui já foi escrito sobre o
jogador. A temporada que passaria a disputar a Divisão de Honra, faria com que
os “Encarnados”, logo no ano a seguir à sua passagem pelo emblema ribatejano, o
quisessem de volta ao plantel. Estreia-se na “Luz” na época de 1997/98 e, numa
parceria com o extremo checo Karel Poborsky, ajuda a dinamizar a ala direita do
clube “alfacinha”.
Com o Benfica a atravessar uma das mais conturbadas fases da
sua história, os primeiros tempos de Sousa com a camisola encarnada seriam
auspiciosos. Numa temporada em que passariam pelo banco diversos treinadores, o
defesa conseguiria manter-se como um dos mais utilizados do plantel. O início
da campanha seguinte, com o lateral a ser escolhido para jogar a
pré-eliminatória da Liga dos Campeões, dava sinais igualmente positivos.
Contudo, a continuação de Graeme Souness no comando técnico da equipa, e a
contratação de inúmeros britânicos, fariam com que o jogador perdesse algum
espaço.
Incompreensivelmente, o começo de nova época “devolveria”
Sousa ao Alverca. Possivelmente afectado por tal decisão, o final da temporada
de 1999/00 leva o jogador rubricar um contrato com o FC Porto. Todavia, a sua
sorte na “Invicta” seria ainda pior do que a vivida em Lisboa e, sem nunca ter
jogado qualquer partida oficial pelos “Dragões”, o lateral começa a ser
emprestado a outros clubes. Nessa senda de cedências acabaria por vestir, de
Norte a Sul do país, uma série de diferentes camisolas. Sempre a disputar a 1ª
divisão, o atleta passaria por Sporting de Braga, Farense e Belenenses.
É com a passagem pelo Restelo, primeiro por empréstimo e
depois a título definitivo, que viveria a melhor fase da sua carreira. Com os
da “Cruz de Cristo”, pela regularidade apresentada, Sousa torna-se num dos jogadores
do Campeonato Nacional a melhor actuar na sua posição. Depois, 5 anos após a
chegada ao Belenenses, a primeira experiência no estrangeiro. Nos cipriotas do
Olympiakos de Nicosia, o jogador entra em definitivo na derradeira fase do seu
percurso como futebolista. O fim, tendo por essa altura representado Beira-Mar
e Arouca, chegaria com o terminar da temporada de 2009/10.
Com saída dos relvados, Sousa daria os primeiros passos como
treinador. Nessas funções passaria pelas camadas jovens do Belenenses e, em
2016/17, pela equipa principal do Vilafranquense. Em paralelo com as suas
tarefas de técnico, o antigo jogador tem-se destacado como comentador
televisivo, em especial no canal Sportv.
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