884 - WHITESIDE

Com a entrada para os “schoolboys” da Irlanda do Norte, a quantidade de golos que ia marcando começaram a chamar a atenção de vários “olheiros”. Ipswich Town, Liverpool e Manchester United seriam os emblemas que tomariam a dianteira na luta pela sua aquisição. Nessa corrida, o facto de os pais serem adeptos do emblema de Lancashire pode ter tido alguma influência na hora de escolher o destino do filho. A verdade é que, ainda adolescente, Norman Whiteside atravessaria o Mar da Irlanda para assinar contrato com os “Red Devils”.
Mesmo sendo muito jovem a entrega que demonstrava em cada treino e, principalmente, os golos que continuava a concretizar, levariam a que, com apenas 16 anos, fizesse a sua estreia na equipa principal. Chamado a jogo pelo treinador Ron Atkinson, o atacante, a 24 de Abril de 1982, tornar-se-ia no atleta mais novo de sempre a entrar em campo com a camisola sénior do Manchester United. Aliás, a carreira de Whiteside ficaria marcada pela prematuridade. Nesse sentido, seriam muitas as marcas que o jogador iria bater. Para além do já referido, também pelo conjunto “mancunian” o atacante conseguiria outros recordes. À custa dos remates certeiros, o irlandês conseguiria ser o mais novo a marcar numa partida sénior dos “Red Devils”, o mais novo a marcar numa final da Taça de Inglaterra e a marcar numa final da Taça da Liga.
Não foi só pelo clube que Whiteside fez história. Também pela equipa nacional conseguiria inscrever o seu nome como um dos mais distintos atletas. Para isso bastou que, mais uma vez, fosse precoce. Ora, com tamanha qualidade, não demorou muito para que da selecção principal chegasse a primeira convocatória. Talvez o que ninguém estava à espera, é que tal chamada acontecesse na hora de anunciar o rol de jogadores a levar ao Mundial de 1982. Já em Espanha, naquela que seria a jornada de estreia da Irlanda do Norte no torneio, a sua participação no jogo com a Jugoslávia faria dele o mais novo de sempre a disputar uma partida numa fase final de um Campeonato do Mundo.
Mas apesar de todo o sucesso que, logo nas primeiras temporadas, conseguiria alcançar, a verdade é que a sua carreira também teria um final bastante precoce. O declínio do seu percurso começaria bem cedo, muito antes de alguém conseguir prever tal fim. Desde sempre acossado por lesões, os joelhos do jogador ficariam bastante afectados. A somar a esse infortúnio, também os seus excessos fora do futebol começariam a influenciar o seu desempenho. Essa segunda situação ficaria mais patente aquando da chegada de Alex Ferguson. O treinador escocês, intolerante com a atitude do atleta, acabaria por ser o principal factor para que o avançado abandonasse o clube. Ainda assim, seria o próprio atleta que diria que a sua saída do Manchester United teria pouco a ver com a sua conduta, mas sim com o desejo do técnico em renovar o plantel.
Transferido para o Everton em 1989/90, os problemas físicos nunca deixariam que o atleta voltasse aos níveis exibicionais de outrora. Duas temporadas após a chegada ao emblema de Liverpool e o avançado decide aposentar-se do futebol. Com o fim da carreira aos 26 anos, o interesse que tinha ganho pela medicina ligada ao desporto tornar-se-ia mais evidente. Para dar corpo a essa nova paixão, Whiteside decide entregar-se aos livros e formar-se em Podiatria. Hoje em dia, é um profissional da área e, na zona de Trafford abriu uma clínica da especialidade.

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