890 - SÉRGIO SANTOS

Com um faustoso percurso feito nas camadas jovens do Torreense, foi com alguma naturalidade que, em 1987/88, chegaria à categoria principal da colectividade. Com Jesualdo Ferreira a empurra-lo para a estreia, aos poucos o jovem defesa conseguiria sublinhar o seu lugar no plantel. Alcançado esse tão desejado espaço, logo na 3ª temporada como sénior já Sérgio era um dos elementos com mais chamadas a jogo. Actuando preferencialmente na direita, a titularidade conquistada na defesa dos de Torres Vedras faria dele uma das principais figuras do regresso do clube à 1ª divisão.
Curiosamente, e depois de no ano anterior ter sido um dos indiscutíveis de Manuel Cajuda, a sua estreia na 1ª divisão ficaria marcada por alguma discrição. Com o treinador a dar preferência a Nuno Damas, antigo atleta do Benfica, Sérgio acabaria por não conseguir tantas oportunidades quanto as desejadas por si. Infelizmente, também em termos colectivos a temporada de 1991/92 não correria de feição. Com o 16º posto na tabela classificativa, não restaria mais nada ao jogador do que aceitar a despromoção. Ironicamente, essa realidade devolveria o atleta ao “onze” inicial. Contudo, nem o regresso à titularidade traria grande felicidade ao lateral. Sem conseguir voltar a disputar a principal prova nacional, o jogador decidiria apostar noutras paragens.
Num capítulo que o afastaria por alguns anos do Torreense, Sérgio começaria por envergar a camisola do Nacional da Madeira. Mesmo sem alcançar a tão almejada promoção, as boas exibições realizadas ao serviço dos insulares levariam a que outros clubes pensassem na sua contratação. É então que, já com a campanha de 1995/96 a decorrer, chega da União de Leira um convite tentador. Com Vítor Manuel como treinador, a nova passagem pelo escalão máximo do futebol português ficaria, mais uma vez, muito longe do traçado. Sem conseguir afirmar-se, a solução encontrada para a sua carreira levá-lo-ia a deixar a “Cidade do Lis”. O regresso à Ilha da Madeira em 1996/97, dessa feita com as cores do Câmara de Lobos, devolvê-lo-ia à titularidade. No entanto, e sem que tal pudesse ser adivinhado, o lateral-direito ficaria para sempre afastado da 1ª divisão.
O que sobrou do seu percurso profissional entregá-lo-ia a uma casa por si bem conhecida. De volta ao Torreense, agremiação da sua cidade natal, os anos seguintes fariam dele um dos históricos do clube. Essas 9 temporadas, se somadas ao primeiro capítulo vivido no emblema de Torres Vedras, transformar-se-iam num total de 16 campanhas aí passadas. Naquela que seria uma carreira estendida para além dos 40 de idade, tempo ainda para mais uma camisola. Já a disputar os “regionais”, seria no Encarnacense que, em 2009, poria um ponto final na vida de futebolista.

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