Tendo aparecido na primeira equipa da CUF na temporada de
1978/79, Oliveira estaria tempo suficiente no grupo do Barreiro para acompanhar
a transição da colectividade para Quimigal. Mesmo tendo representado o clube
numa fase em que o mesmo já estava bem distante dos anos de glória, o defesa
acabaria por destacar-se pela seriedade com que encarava todas as partidas.
Com processos discretos, mas pragmáticos, as 4 épocas
passadas na 2ª divisão seriam suficientes para chamar à atenção de outra
estrela do futebol barreirense. Segundo consta, Manuel de Oliveira, ainda na
condição de treinador do Marítimo, haveria de recomendar a contratação do
central. A transferência, mesmo com o referido técnico afastado do comando dos
madeirenses, acabaria mesmo por concretizar-se. Seria desse modo que, na
campanha de 1982/83, Oliveira conseguiria chegar ao principal escalão
português. Curiosamente, ele que faria a dita estreia já com 24 anos, a partir desse
momento veria a sua carreira a crescer exponencialmente.
A primeira chamada à principal selecção portuguesa, num particular
frente ao Brasil, precederia a sua mudança para o Benfica. Nas “Águias”,
Oliveira conseguiria destacar-se ao ponto de, logo na temporada de 1983/84, ser
um dos mais utilizados no “onze” dos “Encarnados”. Com o decorrer dos anos, o
defesa conseguiria cimentar a sua posição de titular. Esse estatuto sairia ainda
mais reforçado quando, em 1986, José Torres decide chamá-lo para o Mundial
desse ano. Integrado na comitiva que viajaria para o México, o atleta
participaria em todos os jogos dos “Infantes”. Apesar de ter visto as suas exibições
tidas como positivas, o rescaldo do caso “Saltillo” afastá-lo-ia da equipa
nacional. Aliás, a sua carreira, que tinha crescido de uma forma espantosa,
acabaria, depois desse Campeonato do Mundo, por sofrer um volte-face igualmente
surpreendente.
Regressado ao Benfica, a temporada de 1986/87 parecia correr
com normalidade para o atleta. À 14ª jornada do Campeonato Nacional, o Benfica,
com Oliveira a titular, haveria de apresentar-se no antigo Estádio de Alvalade.
O resultado desse confronto, histórico para o futebol português, acabaria com o
Sporting a vencer por 7-1. Uma das vítimas dessa goleada, para muitos transformado
no bode expiatório, seria o central. A partir desse infortúnio, o defesa
raramente seria chamado a jogo, aparecendo, no final dessa campanha, na lista
de transferíveis.
Com 2 Campeonatos, 3 Taças de Portugal e 1 Supertaça no
currículo, Oliveira deixaria o Benfica no Verão de 1987. Ainda assim, a
qualidade ganha durante esses anos mantê-lo-ia na 1ª divisão. Até ao final do
seu percurso profissional, o defesa não voltaria a disputar outro escalão.
Primeiro no Marítimo e, nos últimos anos da carreira, com as cores do Beira-Mar,
as boas exibições seriam uma constante. Aliás, seria já ao serviço dos “Verde-rubro”
que o central voltaria a ser chamado à selecção. Também no emblema aveirense, o
jogador haveria de viver momentos inesquecíveis. Um deles seria a disputa da
Taça de Portugal. Na temporada de 1990/91, os “Auri-Negros” chegariam à derradeira
partida da prova. No Jamor enfrentariam o FC Porto, e mesmo tendo em conta a
derrota por 3-1, esse capítulo transformar-se-ia num marco na caminhada do atleta.
Após o fim da carreira como futebolista, Oliveira daria
início ao seu percurso como treinador. Aceitando um convite do seu conterrâneo,
Manuel Fernandes, iria passar pelo Campomaiorense. Ainda nas funções de
adjunto, o antigo internacional português orientaria clubes como o Tirsense, Vitória
de Setúbal, Santa Clara ou Penafiel.
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