Já ia na segunda temporada como sénior quando o prémio de
Melhor Jogador Jovem do ano foi atribuído ao avançado. O galardão conquistado
em 1997, em simultâneo com a sua presença no Campeonato da Europa de sub-18,
levaria a que a carreira de Miki Féher passasse a ser observada com um pouco
mais de atenção.
Nesse sentido, a evolução que ia mostrando ao serviço do Gyõri
ETO faria com o FC Porto decidisse apostar na sua contratação. Por altura da
sua chegada ao Estádio das Antas, Féher era tido como uma das maiores
esperanças do futebol magiar. No entanto, com os “Azuis e Brancos” a viver os
anos do “Penta”, a adaptação do jovem atleta não seria a mais fácil. Com o
sector mais ofensivo dos “Dragões” entregue a nomes como Mário Jardel,
Quinzinho ou Mielcarski, o húngaro teria que contentar-se com o facto de, para
a época de 1998/99, não conseguir ser mais que uma segunda ou terceira escolha.
Na segunda temporada em Portugal, e tendo em conta que a
esperança depositada em si continuava bem presente, a gestão da sua carreira
levaria o FC Porto a emprestá-lo a outros emblemas. Com receio que o avançado
tivesse pouco espaço no plantel “Azul e Branco”, a cedência ao Salgueiros e, já
na campanha seguinte, ao Sporting de Braga parecia ser a solução mais acertada.
Após não ter passado da equipa “b” na primeira metade 1999/00, a ida para
Paranhos acabaria por ter o resultado esperado. Com mais oportunidades para
jogar, o ponta-de-lança começaria a demonstrar que a sua contratação não tinha
sido um equívoco.
Os golos conseguidos durante essa temporada e meia, levariam
a que o seu regresso ficasse assegurado. As portas das Antas, para a temporada
2001/02, abrir-se-iam mais uma vez ao atacante. Todavia, o que parecia ser uma
nova oportunidade acabaria por tornar-se em mais um revés no seu percurso. Por
alegados desentendimentos entre o seu empresário e o Presidente Jorge Nuno
Pinto da Costa, um ultimato seria feito ao jogador. Com Féher a tomar a posição
do seu representante, a consequência de tal decisão seria a sua proscrição.
Ainda assim e sem conseguir jogar regularmente, a verdade é que a sua presença
na selecção pouco seria afectada. Depois de ter feito a estreia pela equipa “A”
húngara em Outubro de 1998, a assiduidade com que era convocado serviria de
tónico para uma nova aposta. Esse desafio viria de um dos maiores rivais do FC
Porto e o atleta acabaria por rumar a Sul.
No Benfica, mesmo sem conseguir conquistar um lugar como
titular absoluto, tudo parecia apontar para o despontar do avançado. A segunda
temporada com as “Águias”, a de 2003/04, indicava isso mesmo. Sendo um dos
suplentes mais utilizados, foi sob esse estatuto que, a 25 de Janeiro de 2004, entraria
em campo. A viagem a Guimarães, a contar para a 19ª jornada do Campeonato
Nacional, adivinhava-se difícil. No sentido de tentar conquistar os 3 pontos, aos
59 minutos, José António Camacho faria o atacante entrar em campo. Perto do fim
do encontro os “Encarnados”, com a tentativa certeira de Fernando Aguiar,
conseguiriam inaugurar o “placard”. Quando tudo parecia encaminhar-se para mais
uma vitória, é então que a desgraça desaba sob o Estádio D. Afonso Henriques.
Já nos descontos, e logo após ver um cartão amarelo por obstruir o lançamento
de Rogério Matias, Miki Féher esboça um sorriso e cai no relvado. Inanimado na
sequência de um problema cardíaco fulminante, o internacional húngaro acabaria
por falecer.
Durante os tempos vindouros, as homenagens suceder-se-iam. O
clube anunciaria a retirada do número 29; o seu corpo, em câmara ardente no
Estádio “da Luz”, receberia a visita das mais altas figuras, colegas e rivais;
um busto seria esculpido em sua memória; todos os jogadores do plantel, no jogo
seguinte, entrariam em campo com o seu nome nas camisolas; a Taça de Portugal,
vencida nesse ano, seria a si dedicada; e, em 2009, o Benfica anunciaria um galardão
com o seu nome, para premiar jovens desportistas húngaros.
Sem comentários:
Enviar um comentário