923 - VÍTOR VIEIRA

Vítor Vieira foi um autêntico “globetrotter”! Doze clubes em dezoito anos de carreira profissional, muito mais do que atestar tal afirmação, poderiam indicar alguma incapacidade do atleta em adaptar-se ao futebol de alta competição. Muito pelo contrário! Para testemunhar a favor do seu percurso, há números que muitos jogadores apenas conseguiram sonhar. Nesse sentido, estão as onze temporadas passadas a disputar a 1ª divisão e as quase duas centenas e meia de partidas naquele que é o principal escalão português.
Muito antes das dezoito temporadas que completariam a sua carreira, o extremo haveria de emergir das “escolas” do Penafiel. Seria também no emblema duriense que, na temporada de 1991/92, Vítor Vieira faria a primeira aparição por um conjunto sénior. Para além da estreia na categoria principal, essa campanha acabaria também por levar o atacante à primeira partida no patamar mais importante do nosso futebol.
Rápido e com uma técnica bem acima da média, o extremo depressa começaria a ser visto como uma das grandes promessas do futebol português. Com o Penafiel relegado à Divisão de Honra, não tardaria muito para que emblemas mais bem posicionados fossem no seu encalço. A proposta que mais agradou ao atleta acabaria por vir de um dos históricos do nosso desporto. No entanto, a mudança para o Belenenses não correria tão bem quanto o esperado. Mesmo tendo em conta as capacidades que apresentava, Vítor Vieira nunca chegaria a conquistar espaço suficiente para ser uma presença regular no “onze” inicial. Por outro lado, e reflexo das características já aqui apregoadas, da Federação chegam as primeiras convocatórias para os Sub-21. Com as “Quinas” ao peito, o atacante seria chamado a disputar o Torneio Internacional de Toulon e ajudaria Portugal a atingir a final de 1994.
O seu regresso à 1ª divisão, após a saída do Belenenses e uma passagem pelo Paços de Ferreira, traria a confirmação de que o lugar de Vítor Vieira era, sem sombra de dúvida, o “escalão máximo”. Daí em diante, e pelos diversos clubes por que passou, o extremo seria sempre uma peça fulcral no desenho táctico dos seus treinadores. Marítimo, Desportivo de Chaves, Estrela da Amadora, Gil Vicente, Santa Clara e Académica acabariam por testemunhar aquilo que de melhor o atleta tinha para oferecer. Mesmo tendo em conta as constantes mudanças de clube, a verdade é que, independentemente das cores representadas, a importância do atleta no desempenho do conjunto raramente seria posta em causa.
No que restou da sua carreira, naquela que pode ser vista como a curva descendente da mesma, Vítor Vieira acabaria por ter a sua primeira e única experiência no estrangeiro. No Gansu Tianma, o extremo experimentaria o futebol chinês. Claro está, e sendo essa uma constante no seu percurso profissional, o atacante, durante os últimos anos como futebolista, ainda passaria por mais alguns emblemas. O final acabaria por aparecer em 2008 e após estar ao serviço do Lusitânia dos Açores.
Sem conseguir estar muito tempo afastado da modalidade, seria logo na temporada de 2008/09 que o antigo jogador testaria as suas capacidades como técnico. Com a porta aberta no clube que o tinha lançado na modalidade, Vítor Vieira agarraria o comando dos Sub-17 do Penafiel. Nos anos seguintes, tirando uma curta experiência como adjunto no Machico, seria com os jovens que mais trabalharia. Nesse sentido, o seu currículo também já conta com uma passagem pelos sub-19 penafidelenses.

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