935 - FERRO


Seria da UD Oliveirense, à altura a disputar a 3ª divisão nacional, que, no Verão de 1969, o guarda-redes chegaria para reforçar o Belenenses. Todavia, e com um concorrente de peso como era Mourinho Félix, poucas seriam as oportunidades que conseguiria conquistar nas balizas do Restelo.
Tapado pelo internacional português, a sua saída no final da temporada de 1973/74 ditaria uma ausência de 2 anos sem jogos disputados no nosso maior escalão. O regresso, já ao serviço do Estoril-Praia, mostraria um atleta muito mais preparado para os desafios primodivisionários. Nesse sentido, e mesmo sem conseguir agarrar um lugar como titular absoluto, o maior número de presenças nas fichas de jogo daria o sinal de uma evolução positiva. Seria também durante esse período com os da “Linha de Cascais”, que o guardião viveria uma das melhores campanhas de sempre. Na última dessas 3 temporadas, e com a saída de Rui Paulino para o Belenenses, José Bastos (e mais tardar José Torres) dar-lhe-ia a responsabilidade de tomar conta das redes “canarinhas”. Com Celestino Ruas, também seu colega no Restelo, a ser relegado para o banco de suplentes, Ferro seria elevado à condição de titular.
Há também uma história particularmente engraçada e que haveria de marcar a sua passagem pelo Estoril-Praia. A 12 de Setembro de 1976, com a equipa a ser comandada por António Medeiros, os “Canarinhos” apresentar-se-iam no Restelo para defrontar o Belenenses. Nada de anormal, até porque esse era um dos jogos calendarizados para a 2ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª divisão! Contudo, e o que tornaria curioso o dito embate, seriam os equipamentos dos visitantes. Se nas cores das vestimentas nada havia de extraordinário, já nas costas das camisolas apareceria algo que, para a época e por estas bandas, não era nada normal. Todos os jogadores do conjunto da “Linha”, com Ferro a ocupar um lugar à baliza, espantariam todos os espectadores ao entrar em campo com os nomes estampados no equipamento!
Após esse período passado com o Estoril-Praia apareceria na sua carreira o Marítimo. No conjunto do Funchal voltaria a encontrar-se com António Medeiros. Aliás, no que a reencontros diz respeito, a sua passagem pela Madeira também contaria com outros antigos colegas seus. Fernando Santos e Fernando Martins seriam outros dos nomes que, vindos dos “Canarinhos” acabariam por partilhar o balneário maritimista com o guardião.
Seria o final dessas 3 temporadas ao serviço dos “rubro-verdes” que marcaria a derradeira campanha de Ferro no escalão principal. Alternando a titularidade com períodos passados no banco, a temporada de 1980/81 terminaria com a despromoção da equipa insular. A descida do Marítimo levaria a que o atleta procurasse dar novo rumo ao seu trajecto profissional. A solução encontrá-la-ia no Sul do país. O contracto assinado com o Farense assinalaria o começo do seu ocaso. Numa carreira que terminaria com o futebolista à beira de completar 40 anos de idade, Silves, Vitória de Lisboa (clube que faria parte do seu percurso formativo) e Almada seriam algumas das cores que completariam a sua caminhada desportiva.

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