936 - BOLOTA

Chico Bolota, ou simplesmente Bolota, foi um atleta que brilhou nos maiores palcos do futebol nacional. Avançado possante, seria durante a década de 70 que mais conseguiria destacar-se. Intrépido, a forma “musculada” como enfrentava todos os lances valer-lhe-ia a passagem pelos planteis primodivisionários do Barreirense, União de Tomar e Montijo.
Ainda que tendo conseguido maior destaque ao serviço dos da “Cidade Templária”, seria na Margem Sul do Rio Tejo que faria a estreia entre os “grandes” do futebol português. Contratado ao Alcochotense, seria no Barreirense comandado por Vieirinha que, em 1967/68, o ponta-de-lança encetaria o seu percurso no escalão máximo. Depois dessa estreia na temporada de 1967/68, Bolota voltaria a aparecer na 1ª divisão na época de 1969/70. Ambas as campanhas, em termos individuais, ficariam abaixo do esperado para um atleta cuja esperança nele depositada era grande.
O contrário aconteceria aquando da sua transferência para o União de Tomar. Nas Margens do Rio Nabão, Bolota conseguiria alcançar aquilo que tinha perseguido nas anteriores passagens pela 1ª divisão. Ao conquistar a titularidade logo na temporada de 1971/72, o atacante tornar-se-ia numa das referências do conjunto ribatejano. Para esse estatuto muito contribuiria a entrega mostrada dentro de campo. Para além disso, os golos que concretizaria nessas 5 épocas (uma delas na 2ª divisão), fariam dele o goleador máximo da equipa nas aventuras primodivisionárias.
A notoriedade conseguida no futebol português, ainda que sem ter conseguido chegar a uma equipa de topo, faria com que de outros lados as suas habilidades fossem cobiçadas. Nos Estados Unidos da América, numa “North American Soccer League” cada vez mais bem cotada, o atleta contaria com algumas passagens. Com o destaque para as suas exibições ao serviço dos Rochester Lancers, onde partilharia o balneário com o também “luso” Ibraim Silva (ex-Benfica) e com Ratko Svilar (pai do benfiquista Mile Svilar), os capítulos americanos seriam testemunhos de uma qualidade que, asseverada por muitos, não saberia ser devidamente aproveitada.
Também o Montijo faria parte da sua história na 1ª divisão portuguesa. Curiosamente seria o regresso ao emblema da Margem Sul que, em 1984/85, poria um ponto final no seu percurso como futebolista. Entretanto, outras camisolas completariam a sua caminhada. A jogar exclusivamente nos escalões secundários a partir do final dos anos 70, Juventude de Évora, Lusitano de Évora e mais umas voltas no União de Tomar, acabariam por colorir o resto de uma carreira que chegaria ao fim com o atleta já perto de completar 40 anos de idade.

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