952 - LUIZ CLÁUDIO

Dividida a sua formação entre o Bangu e o Vasco da Gama, seria no emblema fundado por portugueses que Luiz Cláudio, na segunda metade da década de 90, faria a passagem para o patamar sénior. Todavia, e num clube onde é tão habitual a presença de grandes craques, o avançado, nessa transição, teria que contentar-se com um papel mais secundário.
Mesmo tido pelo técnico Antônio Lopes como um amuleto, tais eram os golos por si concretizados quando, vindo do banco, entrava em campo, a sua pouca utilização levaria os responsáveis da colectividade carioca a equacionar um empréstimo. A primeira cedência ocorreria em 1999. No entanto, na passagem pelo Esporte Bahia, uma lesão atrasaria a sua evolução. Já no regresso ao Rio de Janeiro, a presença de nomes como Romário, Edmundo, Donizete ou Viola acabariam por, mais uma vez, destinar o atleta a outras paragens.
Seria depois da temporada no Palmeiras, passada sob o comando de Luiz Felipe Scolari, que o regresso ao Vasco da Gama aconteceria. Ao contrário do que seria espectável, principalmente pela boa campanha feita na cidade de São Paulo, a sua integração não teria o sucesso esperado. Nisto, o “passe” do avançado seria vendido. Com o seu currículo enriquecido pelas vitórias de 1 Campeonato Carioca, de 1 “Brasileirão”, de 1 Copa dos Libertadores e 1 Copa Mercosul, Luiz Cláudio daria continuidade à sua carreira no Internacional de Porto Alegre e, de seguida, no Sport Recife.
É então que, por essa altura, surgiria o interesse do Boavista. O sucesso da sua passagem pelas “Panteras”, numa altura em que ainda era vivida a ressaca do Campeonato conquistado em 2001, seria relativo. Com a temporada de 2002/03 colorida por alguns golos, a época seguinte já não seria tão prolífera. Ora, tais números ditariam o seu regresso ao Brasil e a um novo pragmatismo na sua carreira. A nova realidade ditaria que o atacante passaria a ser um “globetrotter”. Vários seriam os emblemas que, no seu país natal, enriqueceriam o seu trajecto. Depois viriam novas aventuras no estrangeiro, curiosamente em destinos pouco prováveis – “(…) fui jogar no Líbano. Eu olhava do meu prédio e só avistava tanques de guerra e soldados armados (…), depois fui para a Síria (fui na intenção do contrato ser maravilhoso), cheguei lá fiquei com muito medo pois havia toque de recolher”*.
Pouco tempo após o regresso do Médio Oriente, o avançado decidiria pôr um ponto final na sua caminhada como futebolista. Tendo ficado ligado à modalidade que, durante mais de duas décadas preencheria a sua vida, Luiz Cláudio passaria a dedicar-se à gestão da carreira de outros atletas.

*adaptado da entrevista conduzida por Luiz Otávio Abrantes de Oliveira, publica a 13/01/2017, em https://www.lance.com.br

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