967 - ANGULO


Tendo terminado a sua formação no Sporting Gijon, seria no plantel “B” do conjunto asturiano que Miguel Ángel Angulo daria os primeiros passos como sénior. As boas prestações do médio ofensivo, logo nessa temporada de 1994/95, fariam com que o Valencia fosse no seu encalce. Contrato pelo emblema “Ché”, a ambição de conseguir estrear-se pela equipa principal esbarraria no intuito dos responsáveis técnicos do clube. Aferida a necessidade de ganhar um pouco mais de traquejo, o jovem jogador acabaria por rodar com a formação “B” para, de seguida, ser cedido ao Villarreal.
Com o regresso ao Mestalla para a campanha de 1997/98, Angulo finalmente conseguiria cimentar-se no plantel do Valencia. Com presenças regulares em campo, o médio ofensivo, que também podia actuar do lado direito do sector intermediário, começaria a ganhar alguma importância nas manobras tácticas da equipa. Sem nunca conseguir ser um dos titulares indiscutíveis, fruto da presença no balneário de craques como o ex-benfiquista Pablo Aimar, o atleta transformar-se-ia, ainda assim, numa das figuras de relevo das conquistas do clube na transição do milénio.
As vitórias nas edições de 2001/02 e 2003/04 da “La Liga”, na “Copa del Rey” de 1998/99 e “Supercopa” de 1999/00, serviriam como aperitivo para as conquistas da Taça UEFA de 2003/04 e para a Supertaça Europeia da temporada seguinte. Faltou, nessas suas caminhadas continentais, uma vitória na “Champions”. Contudo, Angulo pode orgulhar-se das suas participações no mais importante troféu de clubes. Em 1999/00 e 2000/01, com o médio a entrar de início na primeira das duas referidas finais, o Valencia chegaria ao derradeiro encontro. Infelizmente para o futebolista, em ambos os desafios a sua equipa sairia derrotada.
Logicamente que o caminho trilhado no clube iria influenciar a sua vida na selecção nacional espanhola. Com a “Roja”, o trajecto de Angulo, que remontava às categorias jovens, completar-se-ia com 11 chamadas ao conjunto principal. Com a participação no Mundial sub-20 de 1997, a Medalha de Prata nas Olimpíadas de 2000 e as vitórias no Euro sub-18 de 1995 e Euro sub-21 de 1998, ao currículo do médio só faltou mais cor no itinerário sénior. Sem nunca ter marcado presença num dos grandes torneios reservados às equipas nacionais “A”, a grande parte das suas internacionalizações seriam conquistadas na marcha de qualificação para o Campeonato da Europa de 2008.
Em 13 campanhas ao serviço do Valencia, com o já referido interregno de uma temporada, o estatuto de Angulo foi crescendo. Sendo visto como uma das lendas do clube, esse percurso não o foi sem alguns sobressaltos.  Um desses momentos aconteceria com a chegada do holandês Ronald Koeman. O médio, com a contratação do novo treinador, acabaria por ver o seu nome no rol de jogadores a dispensar. Pouco tempo depois, nova sucessão. Com Voro, ele e outros elementos, como Cañizares ou Albelda, seriam reintegrados no grupo de trabalho. No entanto, a verdade é que, por essa altura, já o atleta tinha entrado na fase descendente da carreira. Ainda antes de anunciar o fim da mesma, dá-se a passagem pelo Sporting de 2009/10. Em Portugal, sob o comando de Paulo Bento, ainda jogaria algumas partidas. Porém, o antigo internacional espanhol já não se encontrava na melhor forma e, 3 meses volvidos, era divulgada a rescisão contractual.
Alguns anos após deixar Lisboa e de anunciar a sua retirada dos relvados, Angulo voltaria à modalidade. Já nas funções de treinador teria passagens pelas camadas jovens do Valencia e uma experiência como adjunto da equipa principal.

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