980 - MIKEY WALSH

Nascido no Condado de Lancastre, mas de ascendência irlandesa, Mikey Walsh destacar-se-ia no Chorley FC, clube da sua terra natal. Com 19 anos é descoberto pelo Blackpool. Fisicamente possante, bom no jogo aéreo e com um sentido posicional ideal para marcar muitos golos, o ponta-de-lança parecia, no jogo directo, encaixar-se na perfeição. Tendo isso em conta, a ninguém surpreenderia o sucesso que conseguiria alcançar logo nos primeiros anos como profissional. Mesmo a disputar o 2º escalão inglês, os seus desempenhos acabariam por empurrá-lo para uma carreira internacional. Tendo em conta os seus antepassados, o convite feito pela Football Association of Ireland seria aceite pelo jogador e a estreia pela equipa principal, num “amigável” frente à Noruega, aconteceria em Março de 1976.
Passadas 5 temporadas sobre a sua chegada ao Blackpool e o Everton decide apostar na sua contratação. Entra em Goodison Park na campanha de 1978/79 para, desse modo, estrear-se no escalão máximo inglês. No emblema sediado na cidade de Liverpool, seriam dadas ao avançado oportunidades suficientes para conseguir exibir o seu potencial. No entanto, tal como aconteceria já na sua passagem pelo Queens Park Rangers, as bolas pareciam não querer entrar nas balizas adversárias. Sem os golos que o tinham notabilizado, as suas passagens pelos dois referidos emblemas seriam curtas e, de certo modo, marcadas por alguma desilusão.
Após essas duas épocas, a Walsh é dada uma nova oportunidade. O FC Porto, à procura de colmatar a saída de Fernando Gomes para o Sporting Gijon, olharia para o internacional irlandês como uma solução válida para o ataque. Todavia, as características do avançado, pouco móvel e com algumas falhas nos aspectos técnicos, nem sempre haveriam de agradar aos treinadores do clube “azul e branco”. Por essa razão, e apesar de ser recordado como um bom elemento, a presença do ponta-de-lança caracterizar-se-ia por alguma intermitência exibicional.
Alternando campanhas de grande proveito com outras de desempenhos mais modestos, Walsh, num total de 6 temporadas e 123 partidas disputadas, ainda conseguiria a bela marca de 56 golos. Muitos desses remates certeiros, durante o referido período, seriam importantes para os títulos alcançados pelo grupo. Houve um golo, no entanto, que ficou na memória dos adeptos. Na Taça dos Vencedores das Taças de 1983/84, numa campanha em que o FC Porto chega à final, o atacante, à conta desse lance, tornar-se fulcral na caminhada até à derradeira partida do torneio. Nos quartos-de-final, numa eliminatória em que os “Dragões” enfrentavam o Shakhtar Donetsk, o resultado na 2ª mão atirava os portugueses para fora da prova. É então que António Morais decide pôr em campo o irlandês. Entra aos 67 minutos para aos 72 marcar o tento que empatava o desafio. O 1-1 conseguido na antiga União Soviética, depois do 3-2 verificado nas Antas, empurrava os portistas para a ronda seguinte. Frente ao Aberdeen e na final de Basileia, o atleta manteve a condição de suplente. Ainda entra em campo na partida com a Juventus, mas a sua ajuda seria insuficiente para contrariar a vitória dos italianos.
Com 2 Campeonatos, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças ganhas, o tempo passado no Estádio das Antas seria o mais prolífero da sua carreira. Todavia, a irregularidade que aqui já foi falada ditaria a sua saída do FC Porto. Mikey Walsh, depois da separação, daria seguimento à sua carreira em Portugal. Salgueiros e Sporting de Espinho, ainda na 1ª divisão, e Rio Ave seriam os clubes onde embarcaria. Em Vila do Conde acabaria por pôr um ponto final na sua carreira de futebolista. Depois de retirar-se, o antigo avançado manter-se-ia ligado à modalidade, mas nas funções de Agente Desportivo.

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