1023 - CUSTÓDIO PINTO

De entre os seus irmãos Manuel e António, Custódio seria aquele que mais conseguiria realçar a sua carreira. Antes ainda desse merecido destaque, surgiriam os primeiros passos dados no emblema da sua terra natal. Porém, o trajecto feito com o CD Montijo seria rapidamente interrompido. Alertados para a sua qualidade, os responsáveis do FC Porto dariam os passos necessários para levar o jovem atleta da Margem Sul do Rio Tejo para a “Cidade Invicta”. Com 19 anos apenas, o médio viajaria em direcção ao Norte do país e, muito mais do que vestir a camisola dos “Dragões”, tornar-se-ia numa das lendas do emblema portuense.
Tal era a habilidade que mostrava dentro de campo que, pouco tempo depois da sua chegada, já Custódio Pinto era um dos pilares da estratégia “azul e branca”. Com uma excelente técnica, um entendimento do jogo superior e uma “veia goleador” fora-de-série, o médio, logo na época de estreia haveria de conseguir um lugar no “onze” inicial. O dia 29 de Outubro de 1961, numa partida frente ao Salgueiros, marcaria o arranque não só da sua caminhada pela 1ª divisão, como o começo de muitas outras coisas só possíveis de decifrar através de algarismos. Os números que haveria de apresentar ao longo de um percurso rico em experiências, valer-lhe-iam um lugar nos anais do desporto português. Só no FC Porto, onde jogaria 10 temporadas, disputaria em todas as competições 333 partidas e concretizaria 103 golos. Contudo, as estatísticas não fazem jus ao seu valor. O centrocampista, que haveria de ser empurrado mais para a frente no campo por José Maria Pedroto, tornar-se-ia também num líder. Envergaria, por isso, a braçadeira de capitão. Nessa condição, e numa altura escassa em troféus para os lados das Antas, seria dele a honra de erguer a Taça de Portugal de 1968.
Não só com a camisola listada do FC Porto mereceria louvores. Custódio Pinto seria também um ilustre representante das cores nacionais. Pela equipa principal de Portugal, numa altura em que não eram assim tão frequentes as pelejas entre selecções, jogaria 13 partidas e marcaria 1 golo. A primeira dessas internacionalizações surgiria pela mão de José Maria Antunes. Depois desse particular frente à Suíça, disputado em Abril de 1964, o atleta passaria a constar, habitualmente, nas convocatórias do conjunto luso. Nessa senda, é impossível não fazer o registo da sua presença no Campeonato do Mundo de 1966. Em Inglaterra, chamado pelo seleccionador Manuel de Luz Afonso, seria um dos 3 atletas convocados aos “Dragões”. Ao lado de Américo e Festas, o médio faria parte dos “Magriços”. Mesmo sem nunca ter sido posto em campo pelo treinador Otto Glória, a sua importância também contribuiria para o 3º lugar alcançado no certame mundial.
Em 1971, sem nunca perder importância no seio da equipa, o atleta deixaria o FC Porto. Sem abandonar a 1ª divisão, passaria a representar o Vitória de Guimarães. No Minho encontrar-se-ia com o seu irmão Manuel. Seriam 4 as campanhas, nas quais nunca baixaria o nível exibicional. Já a temporada de 1975/76 serviria para encetar a derradeira etapa enquanto futebolista. Custódio Pinto afastar-se-ia do mais alto nível competitivo em Portugal, para abraçar outros desafios nos escalões secundários. Paços de Ferreira, Atlético de Rio Tinto e, por fim, o Oliveira do Bairro serviriam para alongar a despedida de um dos grandes nomes do desporto português.
Depois de retirado dos relvados, Custódio Pinto ainda teria algumas experiências como treinador. Passaria pelas camadas de formação do FC Porto e, como técnico principal, trilharia um pequeno percurso nos escalões secundários.

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