Chegaria ao Benfica para a temporada de 1962/63 e logo para fazer concorrência a Costa Pereira e José Rita. Tarefa hercúlea para o antigo guarda-redes do FC Luanda, que, como consequência, apenas conseguiria aparecer na primeira equipa já no fecho da temporada de 1964/65.
Depois de vencer o Campeonato nessa campanha de estreia pelo conjunto principal das “Águias”, Benje acabaria por deixar a “Luz”. No Varzim, onde daria continuidade à sua carreira, o atleta, finalmente, mostraria o porquê da aposta do Benfica. A agilidade que passaria a mostrar em campo seria apenas ultrapassada, arrisco-me a dizer, pela sua bravura e abnegação – "Eu estava lesionado e não podia jogar (…).Joguei todo ligado, da perna até à barriga, e às tantas fui agredido por um jogador do Porto, e fiquei com a clavícula deslocada. Foi o fim. Disse ao Meirim que não aguentava e ele disse-me que tinha de aguentar-me. Ligaram-me o ombro e continuei em campo e pouco depois fiz uma defesa, daquelas impensáveis, só com a mão esquerda”*.
Para além dessa história vivida na temporada de 1969/70, a Benje e ao treinador Joaquim Meirim está ainda associada outra bem caricata. Diz-se que o guarda-redes suplente, certo dia, interpela o técnico para aferir o porquê da sua continuidade no “banco”. O “timoneiro” diz ao atleta que, sendo ele o melhor guarda-redes da Europa, haveria de ter a sua oportunidade. O guardião terá então perguntado qualquer coisa como: “Se sou o melhor da Europa, porque é que não jogo?”. A resposta, imediata, terá sido: “Porque o Benje é o melhor do mundo!”.
Após 5 anos ao serviço do Varzim, interrompidos pela época na Sanjoanense, outro clube tornar-se-ia emblemático no percurso profissional do guarda-redes. No Farense, para onde seguiria na temporada de 1971/72, Benje jogaria durante outras 5 campanhas. Esse acumular de experiências na 1ª divisão, torná-lo-ia, indubitavelmente, numa das grandes figuras do futebol português. Durante as décadas de 60 e 70, poucos seriam aqueles capazes de ombrear com a sua popularidade. Essa fama, com assento nas características e exibições aqui já descritas, levá-lo-iam a tornar-se num ícone. Construída essa imagem num total de 14 anos no principal escalão português, o Leixões acabaria por ser um dos últimos capítulos dessa longa série.
Estrela de Portalegre, Sporting de Lamego, Portimonense (o seu derradeiro emblema na 1ª divisão) e Silves, acabariam por preencher a recta final da sua caminhada desportiva. Essa fase permitir-lhe-ia também dar os passos iniciais, naquele que viria a tornar-se no novo papel de Benje. No referido emblema alentejano, na mescla condição de treinador-jogador, encetaria as tarefas de técnico. Ainda como atleta, no regresso ao Sul, teria nova oportunidade para desenvolver essas qualidades, dessa feita à frente dos juniores de Portimão. Já o Silves marcaria o fim da referida transição. Em exclusivo nos “bancos”, sem sair do Algarve, passaria ainda pelo Imortal, Farense, Beira-Mar de Monte Gordo, Santaluziense e Ginásio de Tavira.
*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 24/05/2001
Depois de vencer o Campeonato nessa campanha de estreia pelo conjunto principal das “Águias”, Benje acabaria por deixar a “Luz”. No Varzim, onde daria continuidade à sua carreira, o atleta, finalmente, mostraria o porquê da aposta do Benfica. A agilidade que passaria a mostrar em campo seria apenas ultrapassada, arrisco-me a dizer, pela sua bravura e abnegação – "Eu estava lesionado e não podia jogar (…).Joguei todo ligado, da perna até à barriga, e às tantas fui agredido por um jogador do Porto, e fiquei com a clavícula deslocada. Foi o fim. Disse ao Meirim que não aguentava e ele disse-me que tinha de aguentar-me. Ligaram-me o ombro e continuei em campo e pouco depois fiz uma defesa, daquelas impensáveis, só com a mão esquerda”*.
Para além dessa história vivida na temporada de 1969/70, a Benje e ao treinador Joaquim Meirim está ainda associada outra bem caricata. Diz-se que o guarda-redes suplente, certo dia, interpela o técnico para aferir o porquê da sua continuidade no “banco”. O “timoneiro” diz ao atleta que, sendo ele o melhor guarda-redes da Europa, haveria de ter a sua oportunidade. O guardião terá então perguntado qualquer coisa como: “Se sou o melhor da Europa, porque é que não jogo?”. A resposta, imediata, terá sido: “Porque o Benje é o melhor do mundo!”.
Após 5 anos ao serviço do Varzim, interrompidos pela época na Sanjoanense, outro clube tornar-se-ia emblemático no percurso profissional do guarda-redes. No Farense, para onde seguiria na temporada de 1971/72, Benje jogaria durante outras 5 campanhas. Esse acumular de experiências na 1ª divisão, torná-lo-ia, indubitavelmente, numa das grandes figuras do futebol português. Durante as décadas de 60 e 70, poucos seriam aqueles capazes de ombrear com a sua popularidade. Essa fama, com assento nas características e exibições aqui já descritas, levá-lo-iam a tornar-se num ícone. Construída essa imagem num total de 14 anos no principal escalão português, o Leixões acabaria por ser um dos últimos capítulos dessa longa série.
Estrela de Portalegre, Sporting de Lamego, Portimonense (o seu derradeiro emblema na 1ª divisão) e Silves, acabariam por preencher a recta final da sua caminhada desportiva. Essa fase permitir-lhe-ia também dar os passos iniciais, naquele que viria a tornar-se no novo papel de Benje. No referido emblema alentejano, na mescla condição de treinador-jogador, encetaria as tarefas de técnico. Ainda como atleta, no regresso ao Sul, teria nova oportunidade para desenvolver essas qualidades, dessa feita à frente dos juniores de Portimão. Já o Silves marcaria o fim da referida transição. Em exclusivo nos “bancos”, sem sair do Algarve, passaria ainda pelo Imortal, Farense, Beira-Mar de Monte Gordo, Santaluziense e Ginásio de Tavira.
*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 24/05/2001
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