José Rosa dos Santos, natural da alentejana cidade de Beja, sempre foi um apaixonado pelo “jogo da bola”. Ao contrário do que muitos podem pensar, a sua ligação à modalidade começaria, não como árbitro, mas como praticante. A experiência como guarda-redes do Despertar SC serviria para, já como sénior, envergar também a camisola do Desportivo de Beja. Porém, a sua caminhada como futebolista não iria além desses primeiros passos. A chamada para cumprir o Serviço Militar Obrigatório, muito mais do que interromper a sua carreira de jogador, acabaria por tecer uma inesperada mudança na sua ligação com o futebol.
A incorporação de José Rosa dos Santos numa companhia destacada em Angola, terminaria com um ferimento de guerra e, na sequência da grave lesão, com a perda de um pulmão. A mazela, impeditiva de sonhar com uma carreira aguerrida, fá-lo-ia olhar para o futebol numa outra perspectiva. Ao não querer desistir da sua ligação à modalidade, tomaria a decisão de enveredar pelas tarefas de árbitro. Após encetar funções em 1969, o ano de 1975 marcaria a sua chegada à 1ª categoria do futebol português. Sem que tenha consigo encontrar dados que, com uma certeza absoluta, possam provar-me qual terá sido o seu encontro de estreia após a subida ao patamar máximo da arbitragem portuguesa, a partida entre a CUF e o Sporting, referente à 13ª jornada da época de 1975/76, afigura-se-me como uma boa possibilidade.
Outras datas e outros desafios dariam à sua carreira um brilhantismo ímpar. Ainda no plano nacional, é impossível dissociar o seu nome a um dos episódios mais caricatos do futebol português. A história todos os amantes da modalidade a conhecem e haveria de passar-se num dos “derbies” de 1977/78, entre Benfica e Sporting – "O Vítor Baptista marcou aquele golo. De repente, vejo-o à procura de algo na grande área do Sporting, ele e mais jogadores. Andavam à procura do brinco e a malta do Sporting a pedir para reatar a partida. Tive de me impor para recomeçar o jogo sem o brinco"*.
Também além-fronteiras a sua carreira teria momentos inolvidáveis. Depois de chegar à categoria de internacional na primeira metade da década de 80, as provas continentais de clubes passariam a fazer parte do seu currículo. Curiosamente, com a presença em 3 semifinais, seria a extinta Taça dos Vencedores das Taças a competição que mais contribuiria para o seu prestígio. As partidas entre o Dínamo Kiev e o Dukla de Praga em 1985/86, entre o Borussia Mönchengladbach e o Dundee United em 1986/87 e, por fim, o jogo entre a Sampdoria e o AS Monaco em 1989/90, transformar-se-iam em momentos marcantes da sua caminhada. No entanto, também a Supertaça Europeia acabaria por dar ao português o merecido destaque. Convocado para apitar a 1ª mão da edição de 1990/91, o encontro entre o já referido emblema genovês e o AC Milan, serviria para sublinhar José Rosa dos Santos como um árbitro de topo.
Como é óbvio também no cenário das selecções, José Rosa dos Santos teria a oportunidade de mostrar as suas qualidades. Ao fazer o primeiro jogo em 1985, numa partida entre a Austrália e Israel, as suas chamadas aos Europeus de 1988 e 1992 tornar-se-iam no pináculo desse percurso internacional. Faltar-lhe-ia a comparência num Mundial. Essa presença teve prestes a acontecer no Campeonato do Mundo de 1990. Consta que o seu nome acabaria subtraído à lista de árbitros arrolados para o certame organizado em Itália, por razão de um erro cometido nos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1988/89, ronda que acabaria com o apuramento do AC Milan.
*retirado do artigo de Isaura Almeida, publicado em www.dn.pt, a 26/03/2017
A incorporação de José Rosa dos Santos numa companhia destacada em Angola, terminaria com um ferimento de guerra e, na sequência da grave lesão, com a perda de um pulmão. A mazela, impeditiva de sonhar com uma carreira aguerrida, fá-lo-ia olhar para o futebol numa outra perspectiva. Ao não querer desistir da sua ligação à modalidade, tomaria a decisão de enveredar pelas tarefas de árbitro. Após encetar funções em 1969, o ano de 1975 marcaria a sua chegada à 1ª categoria do futebol português. Sem que tenha consigo encontrar dados que, com uma certeza absoluta, possam provar-me qual terá sido o seu encontro de estreia após a subida ao patamar máximo da arbitragem portuguesa, a partida entre a CUF e o Sporting, referente à 13ª jornada da época de 1975/76, afigura-se-me como uma boa possibilidade.
Outras datas e outros desafios dariam à sua carreira um brilhantismo ímpar. Ainda no plano nacional, é impossível dissociar o seu nome a um dos episódios mais caricatos do futebol português. A história todos os amantes da modalidade a conhecem e haveria de passar-se num dos “derbies” de 1977/78, entre Benfica e Sporting – "O Vítor Baptista marcou aquele golo. De repente, vejo-o à procura de algo na grande área do Sporting, ele e mais jogadores. Andavam à procura do brinco e a malta do Sporting a pedir para reatar a partida. Tive de me impor para recomeçar o jogo sem o brinco"*.
Também além-fronteiras a sua carreira teria momentos inolvidáveis. Depois de chegar à categoria de internacional na primeira metade da década de 80, as provas continentais de clubes passariam a fazer parte do seu currículo. Curiosamente, com a presença em 3 semifinais, seria a extinta Taça dos Vencedores das Taças a competição que mais contribuiria para o seu prestígio. As partidas entre o Dínamo Kiev e o Dukla de Praga em 1985/86, entre o Borussia Mönchengladbach e o Dundee United em 1986/87 e, por fim, o jogo entre a Sampdoria e o AS Monaco em 1989/90, transformar-se-iam em momentos marcantes da sua caminhada. No entanto, também a Supertaça Europeia acabaria por dar ao português o merecido destaque. Convocado para apitar a 1ª mão da edição de 1990/91, o encontro entre o já referido emblema genovês e o AC Milan, serviria para sublinhar José Rosa dos Santos como um árbitro de topo.
Como é óbvio também no cenário das selecções, José Rosa dos Santos teria a oportunidade de mostrar as suas qualidades. Ao fazer o primeiro jogo em 1985, numa partida entre a Austrália e Israel, as suas chamadas aos Europeus de 1988 e 1992 tornar-se-iam no pináculo desse percurso internacional. Faltar-lhe-ia a comparência num Mundial. Essa presença teve prestes a acontecer no Campeonato do Mundo de 1990. Consta que o seu nome acabaria subtraído à lista de árbitros arrolados para o certame organizado em Itália, por razão de um erro cometido nos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1988/89, ronda que acabaria com o apuramento do AC Milan.
*retirado do artigo de Isaura Almeida, publicado em www.dn.pt, a 26/03/2017
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