1078 - BALACÓ

 

Apesar de, nos dias de hoje, ser recordado como um dos nomes icónicos do futebol português dos anos 80, Balacó ou Carlos Manuel Picado da Silva Ribeiro, demoraria ainda alguns anos até aparecer na ribalta das competições lusas. Até lá chegar, o defesa-central haveria de vogar, durante várias temporadas, pelos escalões secundários. Nessa caminhada, e depois de um percurso formativo feito no Gafanha, emblemas como o do Sport Lisboa e Cartaxo, do Oriental e do Benfica de Castelo Branco acabariam também por preencher a primeira parte da sua carreira desportiva.
Seria ao serviço da colectividade albicastrense que Balacó começaria a revelar-se. Ao conseguir destacar-se como um defesa de grande disponibilidade física e com uma agressividade tão típica para a altura, o Sporting de Espinho decidir-se-ia pela sua contratação. À chegada aos “Tigres” mostraria, logo à partida, ser um atleta com uma grande maturidade competitiva. Esse facto levaria a que o treinador Manuel José fizesse dele um esteio da equipa. A sua preponderância seria de tal ordem que, muito mais do que conquistar a titularidade, o jogador haveria de conseguir, nas 2 campanhas passadas na Costa Verde, falhar apenas 2 partidas para o Campeonato Nacional.
A fiabilidade demonstrada nessas 2 temporadas na 1ª divisão, rapidamente cimentariam o defesa como um dos bons elementos a actuar naquele que é o nosso escalão máximo. Como um dos preferidos de Manuel José, Balacó, com a ida do treinador para o Portimonense, seria também arrastado para o Sul do país. Já no Algarve, a sua importância nas manobras tácticas do referido técnico manter-se-ia inalterada. Como um dos pilares do conjunto do Barlavento, a presença em campo do jogador seria fulcral para assegurar o crescimento do colectivo. A rápida evolução da equipa levaria a que o 5º lugar, conseguido na campanha de 1984/85, conferisse o direito à sua participação nas provas continentais. Já sob o comando de Vítor Oliveira, o central conservaria o lugar no “onze” e, na disputa da Taça UEFA, marcaria presença nas 2 partidas frente ao Partizan de Belgrado.
Seria no final da temporada de 1986/87 que Balacó deixaria o Portimonense. A partida, quando contava 32 anos de idade, marcaria também a sua despedida da 1ª divisão. Ao fim de 6 épocas ao mais alto nível, o defesa regressaria aos escalões secundários e para uma aventura no Louletano. Em 1990, após uma derradeira campanha com as cores do Recreio de Águeda, o atleta decidiria ser a altura certa para pôr um ponto final na carreira como futebolista profissional.
Depois de retirado das sendas da alta-competição, o antigo atleta fixar-se-ia pelo Algarve. Para além de exercer as funções de Auxiliar de Acção Educativa, Balacó haveria de manter a ligação à modalidade. Abraçaria a camisola dos “Veteranos” do Portimonense e, como adjunto do seu antigo colega Joaquim Mendes, passaria também pelo comando técnico do Lagoa.

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