1129 - CAPITÃO-MOR

Natural de Beja, tal como tantos outros alentejanos à procura de uma vida melhor, Manuel Francisco Cambado Capitão-Mor acompanharia os pais na mudança da família para o Barreiro. Na Margem Sul do Rio Tejo, ainda adolescente, daria os primeiros passos no “jogo da bola”, ao ingressar nas camadas de formação do Luso Futebol Clube. Seria também no histórico emblema que, na temporada de 1962/63, faria a transição para o patamar sénior.
Tendo começado na 2ª divisão, apesar das boas exibições, o avançado manter-se-ia pelos escalões inferiores ainda durante algumas épocas. Depois de 4 temporadas a jogar com as cores do Luso, a mudança para o Sporting de Espinho na campanha de 1966/67, dar-lhe-ia uma maior visibilidade. Ainda que a disputar o patamar secundário, a sua passagem de um ano pelos “Tigres da Costa Verde”, traria à carreira do atacante o impulso necessário à mudança de paradigma. A aposta, mais uma vez, surgiria vinda do Barreiro mas, dessa feita, a cargo de outra colectividade.
Atleta da CUF a partir da época de 1967/68, os anos vindouros transformariam Capitão-Mor num dos grandes nomes da equipa fabril e do panorama futebolístico português. Ao estrear-se sob a alçada do treinador Anselmo Fernández, técnico responsável pela vitória do Sporting Clube de Portugal na Taça dos Vencedores das Taças, a referida temporada representaria para o atacante os passos inaugurais na 1ª divisão e, com a participação do clube na Taça das Cidades com Feira, a primeira presença do avançado-centro nas competições organizadas pela UEFA. Também nessa época inicial passada no patamar máximo, o jogador deixaria a sua marca ao agarrar a titularidade e, com o lugar assegurado no “onze” inicial, ao tornar-se no melhor marcador do conjunto barreirense no Campeonato Nacional. Aliás, esse estatuto, o de goleador máximo da equipa da CUF mantê-lo-ia na temporada seguinte. Já a afirmação do jovem Manuel Fernandes, sem nunca pôr em causa a sua presença no balneário, acabaria por beliscar, ao de leve, o estatuto do ponta-de-lança.
Ainda com a ligeira perda de preponderância, Capitão-Mor manter-se-ia como um dos atletas mais utilizados nos desafios lançados ao Grupo Desportivo da CUF. Nesse sentido, como uma das figuras de proa do conjunto, o avançado entraria para a história do emblema sediado no Lavradio. Durante 8 temporadas consecutivas e sempre a disputar o patamar máximo, tornar-se-ia numa referência no ataque às balizas adversárias. Com o Estádio Alfredo da Silva a servir como segunda casa para o jogador, o seu nome acabaria eternizado na mente dos adeptos do futebol. Para tal, muito contribuiria a sua atitude deveras comprometida. Característica essa que, aliada a mais de uma centena e meia de partidas disputadas na 1ª divisão, haveriam de cimentá-lo aos olhos de fãs, técnicos e colegas, como um elemento exemplar.
Já na derradeira etapa da caminhada enquanto futebolista, Capitão-Mor deixaria o emblema mais representativo da sua carreira e o que, em abono da verdade, o notabilizaria. Ao separar-se da CUF no final da temporada de 1974/75, o avançado viajaria para o norte do país para representar outra agremiação. Com contrato assinado pelo Paços de Ferreira, o futebolista, na 2ª divisão, cumpriria mais 3 campanhas e daria por terminado o seu trajecto como atleta de alta-competição depois da época de 1977/78.

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