1132 - MÁRIO CAMPOS

Com o objectivo de continuar os estudos sem largar a prática do futebol, Mário Campos, seguindo a peugada do irmão Vítor, deixaria Torres Vedras para seguir viagem até Coimbra. Ao trocar as “escolas” do Torreense pelos juniores da Académica, o médio daria seguimento à sua caminhada desportiva ao mesmo tempo que, no Curso de Medicina, manteria pojante a vida estudantil. Logo na temporada de chegada às camadas jovens da “Briosa”, a de 1965/66, os bons desempenhos levá-lo-iam a ser convocado à equipa sénior. Na referida chamada, correspondendo essa partida à sua estreia na 1ª divisão, brindaria a aposta do treinador Mário Wilson com um golo. Já na época seguinte passaria a trabalhar em definitivo com o grupo principal e não tardaria muito até conseguir afirmar-se como um dos grandes símbolos da mística estudantil.
Ao personificar a figura do “doutor- futebolista”, Mário Campos, aos poucos, começaria a conquistar o seu lugar na equipa conimbricense. Pela campanha de 1967/68, a sua terceira com as cores da Académica, já o centrocampista era visto como uma das importantes peças do grupo de trabalho. Essa crescente preponderância, em muito contribuiria para os sucessos do colectivo. Depois de ajudar ao 2º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional de 1966/67 e, ainda no mesmo ano, à chegada à final da Taça de Portugal, as campanhas seguintes trariam outros momentos de orgulho às hostes estudantis.
Na edição de 1968/69 da Taça das Cidades com Feira, na eliminatória frente ao Lyon, dar-se-ia a estreia do médio nas competições continentais. No segmento terminal da mesma temporada, outra presença no derradeiro desafio da Taça de Portugal. Aliás, essa disputa ficaria para história. No seguimento dos protestos estudantis vividos em Coimbra, a equipa de futebol, com Mário Campos listado no “onze” inicial, entraria no Estádio do Nacional com as capas do traje académico aos ombros e em claro apoio aos protestos contra a opressão perpetrada pelo regime totalitarista de Marcello Caetano. Já na campanha subsequente, resultado da referida presença no Jamor, a inolvidável caminhada até aos quartos-de-final da Taça das Taças, com a “Briosa” a cair aos pés dos ingleses do Manchester City.
Por razão do já relatado, e como aqui também foi destapado, Mário Campos passaria a ser visto como um dos grandes símbolos da história da Académica. Os números, com as 12 temporadas passadas nas margens do Mondego a servirem de prova, ajudariam a sublinhá-lo como um dos nomes mais importantes da colectividade, nas décadas de 60 e 70. Como tal, a braçadeira de “capitão” transformar-se-ia num justo prémio. Recompensa pelo excelso trabalho realizado em campo, seriam também as chamadas às diferentes selecções nacionais. Com 2 convocatórias pelos sub-21 de Portugal a abrilhantarem o currículo do jogador, destaque para a sua internacionalização “A” conseguida, sob a alçada de José Maria Antunes, num “particular” em Wembley, frente à congénere inglesa.
Com a sua carreira a manter-se ligada à Académica até à temporada de 1976/77, realce ainda para a sua passagem pela União de Leira. Na “Cidade do Lis”, e já a disputar a 2ª divisão, poria um ponto final ao trajecto enquanto futebolista, passando a dedicar-se às actividades médicas, nas quais chegaria a Director do Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

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