1135 - CAMACHO

Descoberto no Albacete pelo Real Madrid, a integração de José António Camacho no emblema sediado na capital espanhola dar-se-ia através do conjunto “b”, o Castilla. No entanto, a passagem do defesa-esquerdo pela equipa secundária dos “Merengues” seria curta. As exibições de bom nível, com destaque para a sua capacidade de sacrifício e combatividade, levá-lo-iam, ainda no decorrer da temporada de chegada, aos primeiros passos na formação principal.
Da estreia à titularidade também não demoraria muito tempo. Depois da primeira chamada em Março de 1974, a campanha seguinte mostraria um atleta pronto para assumir um lugar no “onze” do Real Madrid. Tal ascensão e a qualidade demonstrada em campo empurrá-lo-ia, ainda no decorrer da época de 1974/75, para a principal selecção espanhola. Lançado na “La Roja” pelo mítico Ladislav Kubala, Camacho estrear-se-ia com a camisola do seu país numa peleja frente à Escócia, em Fevereiro de 1975. No seguimento dessa partida e dando jus a um caminho que, com as cores do clube, continuaria a mostrar um elemento de excelsas qualidades, as oportunidades suceder-se-iam com regularidade. Ao somar 81 internacionalizações, o lateral canhoto tornar-se-ia num dos nomes que mais vezes conseguiria representar a Espanha. Nesse trajecto, destaque para as suas presenças nos Mundiais de 1982 e 1986 e nos Europeus de 1984 e 1988.
No Real Madrid, como já foi desvendado, o seu trajecto também seria merecedor de grandes louvores. Num percurso de 16 temporadas a envergar a camisola “madridista”, Camacho, quase sempre como um dos indiscutíveis da equipa, participaria em 577 jogos oficiais. Nem mesmo a grave lesão num joelho, sofrida a meio da temporada de 1977/78, haveria de diminuir a sua influência no grupo de trabalho. Mesmo depois de afastado por um período bem superior a um ano, o defesa regressaria na plenitude das suas capacidade e pronto para ajudar os colegas a novas vitórias. Nesse campo, o das conquistas, o palmarés do atleta, como em tantos aspectos numéricos do seu currículo, transformar-se-ia em algo invejável. Para além das 9 “La Ligas” vencidas, o esquerdino conseguiria amealhar 5 Copas del Rey, 1 Taça da Liga, 2 Supertaças e 2 Taças UEFA.
Ao “pendurar as chuteiras” no final da temporada de 1988/89, a paixão pela modalidade e pelo Real Madrid, mantê-lo-ia ligado ao futebol. Como treinador, começaria pelas camadas jovens do clube para, mais tarde, passar a adjuvar Alfredo Di Stéfano na equipa principal. Seguir-se-iam inúmeras experiências com técnico-principal, incluindo algumas passagens pelo comando dos “Merengues”. Ainda nessas tarefas, também experimentaria orientar outros emblemas no principal escalão de “nuestros hermanos”. Para além de Rayo Vallecano, Espanyol, Sevilla, Osasuna e das presenças no Euro 2000 e Mundial de 2002 à frente da selecção espanhola, destaque também para as duas passagens por Portugal. Sempre ao serviço do Benfica, o antigo defesa conseguiria, frente ao FC Porto de José Mourinho, entregar aos escaparates da “Luz” a edição de 2003/04 da Taça de Portugal. Para além do já arrolado, falta ainda fazer referência, àquelas que foram as mais recentes oportunidades de trabalho, ou seja, aos anos passados à frente dos destinos das equipas nacionais da China e do Gabão.

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