1185 - QUIM

Tido como um jovem promissor, Quim, ao mesmo tempo que ia superando os desafios lançados ao percurso feito nas “escolas” bracarenses, conseguiria, com as cores das jovens selecções lusas, sublinhar o seu talento futebolístico. Ao envergar a “camisola das quinas” em todos os escalões desde os sub-15, o guarda-redes exaltar-se-ia como um dos grandes nomes do futuro do Sporting de Braga. Em 1993/94, na época em que, pela primeira vez, conseguiria sentar-se no banco de suplentes da equipa sénior minhota, a vitória, como titular por Portugal, no Europeu de sub-18, vincá-lo-iam como um dos valores seguros para os anos vindouros.
Mesmo com um destino auspicioso e ao manter-se sempre no plantel, a verdade é que a transição para o patamar sénior, empurraria Quim para um “deserto” exibicional bastante longo. Tapado por elementos mais experientes, o guardião, salvo raras excepções, ficaria muito tempo afastado dos relvados. Com a estreia pelo conjunto principal do Sporting de Braga a acontecer na campanha de 1994/95, essa partida, correspondente à 32ª jornada do Campeonato Nacional, não teria continuidade. Nas épocas seguintes, o registo de desafios cumpridos mantê-lo-ia preso à condição de suplente. Tal estatuto só viria a ser alterado na campanha de 1997/98, mas a partir desse momento, o atleta, para além de agarrar a titularidade, destacar-se-ia como um dos esteios da equipa.
Com o lugar conquistado no “onze” “arsenalista”, o seu nome, ao manter-se habitual nas convocatórias dos sub-20 e sub-21, passaria a ser cogitado também para a selecção “A”. A estreia de Quim com a mais importante camisola de Portugal, aconteceria em Agosto de 1999, pela mão de Humberto Coelho. Esse “particular” disputado frente a Andorra, marcaria, no Estádio do Jamor, o arranque de uma caminhada que adicionaria ao currículo do atleta 33 internacionalizações. Nesse trajecto, teria como momentos de exponente máximo, as chamadas às fases finais dos grandes certames de equipas nacionais, com destaque para a presença do guarda-redes no Euro 2000, Euro 2004 e Mundial de 2006.
Como um dos melhores à baliza a actuar no nosso país, Quim, de forma natural, começaria a ser veiculado como possível reforço de equipas de outra monta. Com o Benfica a ganhar a corrida pela sua contratação, a transferência do jogador para a “Luz” coincidiria com a chegada de Giovanni Trapattoni ao comando técnico dos “Encarnados”. Feliz coincidência, pois, essa temporada de 2004/05 permitiria ao guardião, logo na época de estreia com a camisola das “Águias”, sagrar-se campeão nacional. Para além do título alcançado sob a alçada do aludido treinador italiano, o guarda-redes, na passagem por Lisboa, acrescentaria ao palmarés pessoal uma boa série de troféus. À edição de 2005/06 da Supertaça Cândido Oliveira, seguir-se-iam a Taça da Liga de 2008/09 e 2009/10 e, na última campanha mencionada, nova vitória no Campeonato.
Curiosamente, depois da época de 2009/10 como titular, o atleta seria informado que o contrato que o ligava ao Benfica não seria renovado. Ao que, à altura, foi veiculado, o treinador Jorge Jesus, que tinha mantido o futebolista como um dos membros indiscutíveis do “onze” inicial, afinal não apreciava as suas características físicas, aferindo o 1,84m do guardião como pouca altura para o desempenho das funções “entre os postes”. Com a “separação”, o jogador regressaria a Braga. Porém, numa época em que veria Artur Moraes, Felipe, Marcos, Cristiano e Mário Felgueiras igualmente na disputa por um lugar, Quim terminaria o ano sem contabilizar qualquer aparição em campo. Ainda assim, teria o orgulho de fazer parte do grupo que levaria o emblema minhoto à final da edição de 2010/11 da Liga Europa.
Com mais 2 temporadas de bom nível ao serviço dos “Guerreiros” e a Taça da Liga de 2012/13 ganha, os 37 anos de idade precipitariam o encetar de um novo capítulo na sua carreira profissional. Com a ligação rubricada com o Desportivo das Aves, o “keeper”, ao fim de 19 anos no patamar máximo do futebol luso, experimentaria a 2ª divisão. Ainda assim, a sua caminhada não conheceria o fim sem o regresso ao escalão principal. Depois de 4 temporadas em que o clube não conseguiria a tão almejada promoção, a campanha de 2017/18 assinalaria o retorno do emblema sediado no concelho de Santo Tirso ao convívio com os “grandes”. No entanto, desenganem-se aqueles que pensaram na subida como o pináculo da tal temporada. Para o fim estaria reservado um feito único. Com a comparência na derradeira partida da “Prova Rainha” garantida, Quim seria chamado ao “onze” por José Mota e, coisa que não tinha conseguido aquando das presenças no Jamor por Benfica e Sporting de Braga, subiria à tribuna presidencial para, na condição de “capitão”, erguer a Taça de Portugal.
Terminado o trajecto como futebolista, a época de 2018/19 marcaria o início do antigo internacional noutras funções. Começaria, sem deixar o Desportivo da Aves, como Director das Relações Institucionais, para, já mais recentemente, abraçar os propósitos de treinador de guarda-redes.

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