1194 - FAUSTINO

Natural de Beja, seria no Desportivo local que Faustino, na temporada de 1961/62, daria os passos iniciais no contexto competitivo sénior. Ainda posicionado como extremo-esquerdo, o jovem atleta, com exibições bem positivas, logo conseguiria prender a atenção de emblemas a disputar a 1ª divisão. A mudança dar-se-ia no final da época de estreia na equipa principal bejense e, ao deixar para trás o Baixo Alentejo, ligar-se-ia ao Barreirense.
A transferência para o emblema estabelecido na Margem Sul do Rio Tejo, como já foi destapado, teria o condão imediato de levar o atacante aos palcos maiores do futebol português. Mesmo sem conseguir agarrar a titularidade durante os primeiros anos, ainda assim, a sua evolução projectá-lo-ia como um atleta de qualidades superiores. Essa certeza chegaria com a campanha de 1965/66. Depois de uma passagem pela 2ª divisão, o regresso do Barreirense ao escalão máximo, revelaria Faustino como um elemento preparado para os desafios primodivisionários. Porém, e apesar de garantir um lugar no “onze” em grande parte das jornadas, a verdade é que o final da temporada terminaria com o clube relegado. A descida, faria com o atleta decidisse cambiar de rumo e essa mudança, em definitivo, marcaria o seu trajecto no futebol.
Ao abraçar um novo projecto na época de 1966/67, o jogador estaria longe de imaginar que a sua entrada no plantel do União de Tomar viesse a assumir-se de tão grande importância. Ainda que a mudança para o novo emblema tivesse como significado directo o retorno ao escalão secundário, até esse, entendido como, passo atrás, faria com que o nome do atleta ficasse inscrito na história da colectividade nabantina. A explicação é simples e prende-se com a estreia das cores dos ribatejanos na 1ª divisão. Ora, a temporada de 1968/69, para além do novo e brilhante capítulo na linha de vida da agremiação, confirmaria o que já era bem claro. Essa evidência, toda ela amarrada à importância de Faustino no desenho táctico da equipa, sublinhar-se-ia pelos números alcançados por si. Mantendo-se como um dos elementos mais assíduos do “onze”, o agora transformado em defesa-central passaria a ser visto como uma das peças mais proeminentes do colectivo. Mesmo com uma estatura bem baixa para a posição, o seu 1,68m de altura não seria impeditivo da realização de muitas e boas exibições. As suas prestações mantê-lo-iam como um elemento nuclear e estenderiam o seu laço ao clube por largos anos.
As 13 temporadas a envergar a camisola do União de Tomar, 6 das quais na 1ª divisão, transformariam Justino no futebolista com mais jogos disputados pelo colectivo, naquele que é o patamar mais alto do futebol luso. Essas 152 partidas, a juntar às muitas esgrimidas no 2º escalão e restantes provas nacionais, sublinhá-lo-iam como uma figura histórica. Para além destes factos, outras curiosidades marcariam a sua passagem pela “Cidade dos Templários”. Uma delas prender-se-ia com a presença de duas das maiores figuras do desporto luso. A partilhar o balneário com Eusébio e Simões em 1977/78, Justino, ao repetir o papel de interino nas funções de treinador, teria ainda a oportunidade de orientar as duas “estrelas”. Todavia, por altura dos aluídos acontecimentos, o termo da sua ligação ao clube enquanto praticante estava próximo e o ano de 1979 marcaria esse final.
Nas épocas seguintes, numa carreira que chegaria perto dos 40 anos de idade, Justino teria ainda a ocasião para vestir a camisola de outras colectividades. Mormente a disputar as competições “distritais”, destaque para a passagem pelo Alvaiázere.

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