1209 - ADOLFO

Formado no Barreirense, onde viria a estrear-se pelo conjunto sénior durante a temporada de 1960/61, Adolfo teria ainda que passar pelo Seixal FC até conseguir fixar-se na equipa principal dos “Alvi-rubros”. Nesse sentido, a campanha de 1963/64 acabaria por confirmá-lo como um elemento capaz de ser utilizado com frequência e, aos poucos, haveria de conquistar o seu lugar no sector mais recuado do colectivo sediado na Margem Sul do Rio Tejo.
Ao destacar-se como um dos melhores elementos da equipa, seria o “magriço” José Augusto a aconselhá-lo ao Benfica. Depois de brilhar durante a temporada de 1965/66, a transferência do Barreirense para as “Águias” teria como propósito reforçar uma lateral-esquerda à procura de concorrência para Cruz. Aliás, seria a presença do referido atleta que atrasaria a afirmação de Adolfo. Depois de uma primeira campanha discreta, a adaptação ao lado direito da defesa permitir-lhe-ia actuar com uma maior regularidade. Essa progressiva afirmação levá-lo-ia, na época de 1967/68, a um dos momentos mais importantes da sua carreira. Com os “Encarnados” a avançar nas eliminatórias da Taça dos Clubes Campeões Europeus e com a chegada à final, Otto Glória chamá-lo-ia ao derradeiro desafio da competição e à peleja frente ao Manchester United.
Durante a passagem pelo Benfica, resultado das boas exibições conseguidas nas provas de índole clubística, a Adolfo abrir-se-iam outras importantes portas. A mais relevante seria, sem sombra de dúvida, a da selecção nacional. Chamado a jogo por José Gomes da Silva, ao conseguir a primeira internacionalização numa jornada da Fase de Apuramento para o Euro 72, essa partida frente à Escócia daria o tiro de partida para um total de 15 presenças com a principal “camisola das quinas”. Pelo meio transformar-se-ia numa peça fulcral na inolvidável participação de Portugal no Torneio da Independência. No Brasil, no certame que também ficaria conhecido como a Mini-Copa de 1972, o defesa participaria em todas as rondas, inclusive na final perdida para o Brasil.
Ao cumprir 9 temporadas com a camisola do Benfica, Adolfo acabaria por merecer o seu lugar na história do clube lisboeta. Para além das 204 partidas oficiais, realizadas entre as diferentes competições, o defesa distinguir-se-ia pela ajuda na conquista de diversos troféus. Com um palmarés riquíssimo, com realce para as vitórias em 6 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal, o jogador também conseguiria destacar-se pela atitude dentro do rectângulo de jogo. Nesse campo, o atleta acabaria aferido como um intérprete veloz, incansável e que facilmente era capaz de percorrer todo o corredor lateral. Para desempenhar todas essas funções, fossem elas defensivas ou atacantes, em muito também contribuiriam a sua técnica, capacidade de passe, entendimento táctico e uma postura aguerrida na altura dos embates homem-a-homem.
Com a sua caminhada a aproximar-se do fim, tempo ainda para Adolfo vestir outras camisolas. União de Montemor e o Portimonense como derradeira participação do defesa na 1ª divisão, transformar-se-iam nas últimas etapas do seu trajecto enquanto futebolista. Como treinador, teria algumas experiências, como são exemplo as suas passagens pelo Benfica de Castelo Branco ou Alcains. No Benfica acabaria também por aceitar um lugar nas equipas técnicas das camadas jovens.

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