1212 - BALTAZAR

É impossível não começar esta pequena biografia por uma curiosidade! É que Baltazar ou, se preferirem a alternativa, Baltasar, tal como haveria de ficar conhecido no mundo do futebol, afinal tem como nome de baptismo Vítor Manuel Jesus Gonçalves!
Peculiaridades à parte, a vida competitiva do jogador, ao dar os primeiros passos nos Pescadores da Costa da Caparica, cedo começaria a dar sinais de excelência. A primeira prova dessa qualidade, tinha o jogador 16 anos de idade, surgiria com a chamada à equipa sénior do conjunto sediado no Concelho de Almada. Contudo, e mesmo ao revelar bons índices técnicos, físicos e tácticos, a verdade é que o jovem atleta teria que percorrer um longo caminho até começar a aparecer nos principais escaparates do desporto português.
Depois de, em 1964/65, ter conseguido estrear-se nas provas seniores, só 4 anos depois é que teria a oportunidade de subir alguns degraus na carreira. Tendo, durante esse período, disputado o 3º escalão e, em grande parte, os Campeonatos Regionais, ainda assim conseguiria despertar a atenção de emblemas bem melhor posicionados nos “rankings” classificativos. Com uma evolução a merecer patamares de maior exigência competitiva, seria o Seixal, em 1968/69, a apostar na sua contratação. Com capacidade para posicionar-se em várias posições, a possível polivalência conferir-lhe-ia também outra característica interessante. Com tantos predicados a alavancá-lo, a mudança para o Atlético na temporada de 1970/71, serviria o seu crescimento. Uma campanha passada sobre a sua chegada à Tapadinha, e como um elemento preponderante na esquematização táctica dos “alcantarenses”, viriam os primeiros passos na 1ª divisão e os palcos merecidos à sua qualidade.
A experiência ganha como titular nas 2 temporadas a disputar o escalão máximo, mesmo com o Atlético, no final da campanha de 1972/73, a não conseguir evitar os lugares da despromoção, serviriam para promovê-lo e fazer com que um dos denominados “grandes” visse nele um bom reforço. Ao serviço do Sporting, mesmo ao ser conhecido pela polivalência, seria no meio-campo que asseguraria um lugar e que melhor contribuiria para os objectivos comuns. No sentido das conquistas, a temporada de chegada a Alvalade seria bem prodiga. Com Mário Lino aos comandos da equipa e com Baltazar, na metade final da época, a assumir-se como titular, os “Leões” venceriam o Campeonato e a Taça de Portugal.
Outro dos grandes prémios que acabaria por receber, numa altura em já era reconhecido como um dos melhores intérpretes a actuar em Portugal, seria a chamada à selecção nacional. Convocado por Juca e arrolado pelo treinador para o “onze” inicial, o “amigável” frente à Suíça, disputado no Funchal a 30 de Março de 1977, daria a Baltazar algo que nunca tinha alcançado em toda a carreira. Sem ter passado por qualquer escalão de formação, esse encontro com a congénere helvética, conferiria ao currículo do médio a única internacionalização do seu percurso profissional.
Após 6 anos a envergar a camisola listada do Sporting, ao perder alguma preponderância no seio do plantel leonino, Baltazar decidiria prosseguir a carreira no Belenenses. No Estádio do Restelo a partir da campanha de 1979/80, sempre a competir em contexto primodivisionário, completaria mais 3 temporadas de bom nível. Dez épocas consecutivas no patamar máximo, precederiam a passagem pelo Vizela e a preciosa ajuda na chegada da colectividade minhota, pela primeira vez na história, à 1ª divisão. Contudo, o médio não acompanharia os colegas na subida. Já a entrar numa fase descendente do percurso desportivo, Lixa e Pêro Pinheiro tornar-se-iam nos últimos emblemas da sua caminha enquanto jogador. Ao “pendurar as chuteiras” no final da temporada de 1986/87, Baltazar manter-se-ia ligado ao futebol. Como treinador, destaque para a experiência nos açorianos do Sport Clube Lusitânia.

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